quinta-feira, 11 de julho de 2013

CIA não decifra Djavan

LINHA DO EQUADOR – Duas unidades da CIA entraram em colapso na tarde de ontem após sucessivas tentativas de quebrar o código das correspondências eletrônicas entre Djavan e Gilberto Gil. “Logramos êxito em compreender códigos nazistas, letras do Luiz Melodia e peças do Gerald Thomas. Conseguimos encontrar sentido no que dizem Tiago Leifert e Luciana Gimenez. Num esforço sem precedentes, deciframos até mesmo colunas do Merval Pereira. Mas a conversa entre o Sr. Djavan e o Sr. Gil utiliza um aparelho linguístico sofisticado demais”, revelou o espião James Michelin. Intrigado com o que chamou de “questão de segurança nacional”, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se apressou na contratação de seis mil espiões cubanos. “Parece que há um jovem gênio em Havana que invadiu os computadores da Nasa, encontrou as usinas de enriquecimento de urânio norte-coreanas e, pasmem, decifrou os versos Açaí/ guardiã/ Zum de besouro/ um imã/ Branca é a tez da manhã“, comemorou. Animado com o aquecimento do mercado de espionagem, o governador Sérgio Cabral abriu uma licitação para empresas interessadas em bisbilhotar o Rio de Janeiro. Minutos depois, um homem misterioso realizou o IPO da empresa CIAX na Bovespa. Procurados pelo piauí Herald, Gil e Djavan disseram estar ocupados trocando emails sobre as últimas colunas de Caetano Veloso no Globo. Read more: http://www.humorpolitico.com.br/satira/cia-nao-consegue-decodificar-correspondencia-de-djavan/#ixzz2YlMil5NT

Múmia Inca intacta apos 500 anos

Museu dos Andes exibiu em 2007 pela primeira vez menino e meninas sacrificados há 500 anos. Ritual do império levava crianças nobres a morrer de frio no alto de montanhas. Salta, Argentina - Além da donzela Llullaillaco (15), também foram encontrados o menino (7) e a menina do relâmpago (6): três crianças incas, que estavam sepultados em uma montanha árida e gelada há 500 anos como um sacrifício religioso. Perto da fronteira com o Chile, seus corpos congelados estão entre as múmias melhor preservadas já encontradas, ainda com sangue, orgãos internos são encontrados intactos como o coração, pulmões, apenas pele e características faciais foram pouco afetados. Nenhum esforço especial foi feito para preservá-los. O frio eo ar seco e fino fez todo o trabalho. Eles congelaram até a morte enquanto dormiam, e 500 anos depois, ainda se parecia com crianças dormindo, e não múmias. As crianças foram sacrificados como parte de um ritual religioso, conhecido como "capacocha", no qual são colocadas em uma dieta de ganho de peso durante um ano inteiro antes de seu sacrifício e, em seguida, eles foram drogados e deixados em cima do vulcão Llullaillaco.
Eles caminharam por centenas de quilômetros para cerimônias em Cuzco e foram levados até o cume do monte Llullaillaco (yoo-yeye-YAH-co), e, uma vez que eles estavam dormindo, colocadas em nichos subterrâneos, onde eles congelaram até a morte. Bonitas, saudáveis, as crianças fisicamente perfeitos foram sacrificados, e foi uma honra serem escolhidas. De acordo com as crenças incas, as crianças não morrem, mas se juntam aos seus ancestrais e vigiam suas aldeias a partir das montanhas como os anjos. Uma das crianças, uma menina de 6 anos de idade, tinha sido atingida por um raio em algum momento depois que ela morreu, resultando em queimaduras no rosto, parte superior do corpo e do vestuário. Ela e o menino, que tinha 7 anos, tinham crânios levemente alongados, criado deliberadamente por envolvimentos na cabeça - um sinal de status social elevado, possivelmente até mesmo realeza. Os cientistas trabalharam com os corpos em um laboratório especial, onde a temperatura do laboratório inteiro poderia cair para 0 graus, e as múmias nunca foram expostas a temperaturas mais elevadas por mais de 20 minutos a uma hora de tempo, para evitar o descongelamento.
Testes de DNA revelaram que as crianças eram independentes, e tomografias mostraram que eles estavam bem nutridos e não tinham ossos quebrados ou outros ferimentos. A "Donzela" aparentemente tinha sinusite, bem como uma doença pulmonar chamada bronquiolite obliterante, possivelmente o resultado de uma infecção. "Há dois lados", disse Dr. Miremont. "O científico - podemos ler o passado das múmias e os objetos. O outro lado diz que essas pessoas vieram de uma cultura que sobreiveu, e um lugar santo na montanha. " Alguns consideram a exposição como se estivessem numa igreja, disse Dr. Miremont. "Para mim, é um museu, não é um lugar santo", disse ele. "O lugar santo é no topo da montanha."
As montanhas ao redor de Salta abrigam pelo menos 40 locais de sepultamento, outros sacrifícios rituais, mas o Dr. Miremont disse que o povo nativo que vivem nessas regiões não querem mais corpos retirados. "Vamos respeitar os seus desejos," disse Dr. Miremont, acrescentando que três múmias foram suficientes. "Não é necessário quebrar túmulos mais. Gostaríamos de ter boas relações com o povo local."

quinta-feira, 9 de maio de 2013

SEXO EM NOME DA FÉ

O deputado e pastor Marco Feliciano, que se tornou uma celebridade ao levar para o Conselho de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados suas ideias arcaicas sobre direitos de minorias, volta ao noticiário por conta de suas relações com outro religioso, Marcos Pereira da Silva, que acaba de ir para a cadeia. O pastor Marcos Pereira da Silva é presidente da igreja denominada Assembleia de Deus dos Últimos Dias, com sede no Rio de Janeiro. Pesam contra ele denúncias de associação com traficantes de drogas, homicídios e violência sexual contra seguidoras de sua organização. Os jornais divergem quanto ao número de mulheres que teriam sido estupradas pelo sacerdote. Segundo o Estado de S.Paulo, ele teria abusado de seis fiéis, usando a alegação de que elas estariam possuídas pelo diabo e que o ato sexual as libertaria. Na versão da Folha de S. Paulo, foram quatro as vítimas e, segundo o Globo, os depoimentos colhidos em um ano de investigações identificam pelo menos 26 casos. O acusado se tornou conhecido por negociar o fim de rebeliões em presídios e libertar reféns de traficantes, impedindo suas execuções, mas, segundo a polícia, ele na verdade era uma espécie de líder espiritual de traficantes e outros bandidos, aos quais era associado, e esses episódios eram simulações combinadas com os criminosos. O conjunto das reportagens compõe um roteiro escabroso de exploração da fé, abusos, manipulação de consciências, homicídios, lavagem de dinheiro e roubo puro e simples. Embora seja um caso extremo de delinquência associada à religiosidade, a carreira do pastor Marcos Pereira da Silva deveria inspirar um esforço de investigação jornalística em torno do fenômeno das seitas que proliferam por todo o país e avançam sobre o campo político. As relações entre Pereira da Silva e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados merecem uma atenção maior do que a mera reprodução de declarações que tem marcado a ação da imprensa. Uma das pistas a serem seguidas é a da lavagem de dinheiro: o pastor é acusado de receber comissão de traficantes para dissimular a receita do crime por meio da venda de CDs e DVDs de evangelização. Além disso, sua ascendência sobre chefes do crime organizado o coloca como um dos líderes da onda de ataques que aterrorizaram o Rio em 2006 e 2010, como reação contra o programa de ocupação de favelas pela chamadas unidades de polícia pacificadora. Considerar que o deputado Feliciano ignorava tal folha corrida seria chamá-lo de alienado – coisa que ele, definitivamente, não é. O estelionato da fé O inquérito contém preciosidades, como a descrição de orgias que teriam sido promovidas pelo dublê de líder religioso e chefe de quadrilha em um apartamento na Avenida Atlântica, registrado em nome da igreja e avaliado em R$ 8 milhões: segundo testemunhas, o pastor teria o hábito de realizar encontros que incluíam relações homossexuais de homens e mulheres. Também há referências a troca de favores com políticos e autoridades policiais, o que indica a extensão da influência do personagem, e que pode ser medida pelo empenho do deputado Feliciano em defender o acusado. A imprensa precisa esclarecer essa relação suspeita. Preso, o pastor Marcos Pereira da Silva tem sua vida vasculhada pelos jornais, que fazem descrições espantosas sobre sua longa carreira de abusos. No entanto, o noticiário ainda se limita ao relato puro e simples dos crimes de que ele é acusado, quando o episódio deveria levar a imprensa a analisar com mais profundidade o fenômeno de entidades supostamente religiosas que são, na verdade, organizações criminosas. Não importa se a delinquência se limita ao estelionato mais primário em nome de angústias espirituais ou se chega ao estágio sofisticado de criminalidade que é atribuído ao líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. No livro intitulado Mídia e poder simbólico, o jornalista e cientista social Luís Mauro Sá Martino já tratou com detalhes a questão do mercantilismo no campo religioso. O caso do pastor Pereira da Silva abre uma oportunidade para a imprensa investigar a verdadeira natureza de organizações que colocam no poder político figuras como o deputado Marco Feliciano, capaz de transformar um órgão do porte da Comissão de Direitos Humanos da Câmara em um circo místico de crendices e preconceitos. Pode-se ir um pouco além, analisando-se, por exemplo, como a sociedade contemporânea ainda se mantém vulnerável à penetração de arcaísmos e mistificações, que contaminam as instituições da República, e de que modo tais manifestações de irracionalidade atrapalham o desenvolvimento do país. Mas isso seria esperar demais. Desmascarar outros falsos religiosos associados ao crime já seria um bom começo.

terça-feira, 5 de março de 2013

Para lembrar Hugo Chavez

O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo. É apresentado o cenário em que se desencadeiam os acontecimentos de abril de 2002. A Venezuela está entre os cinco maiores países produtores de petróleo do mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos. Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos. A partir de então, o governo de Hugo Chavez e a “revolução bolivariana” passariam a enfrentar, diariamente, uma verdadeira cruzada na mídia empreendida pelos cinco canais de televisão privada do país. A cruzada foi respondida com o avanço da mobilização e a organização da grande massa de explorados do país, abrangendo mais de 80% da população pobre. Em 1999 foi aprovada, por meio de referendo popular, a nova Constituição da Venezuela. Ela ampliou a participação política das massas populares através da organização dos círculos bolivarianos pelos bairros e favelas. Com bastante propriedade, o documentário consegue mostrar a permanente campanha de mentiras urdida pelos meios de comunicação contra o governo de Hugo Chavez, as relações da grande mídia com a elite econômica, militares dissidentes e a articulação dos EUA na manipulação dos fatos. Evidencia também a intervenção direta do imperialismo norte-americano na organização do golpe, em sua preparação e organização na embaixada americana em Caracas que foi, posteriormente, comprovada com documentos. Como disse o então diretor da CIA George Tenet, em entrevista na TV Venezuelana, dias antes do golpe, Chavez “não está preocupado com os interesses dos EUA”. As articulações que envolveram a grande mídia na tentativa golpista foram por ela mesma reveladas, momentos depois de empossarem Pedro Carmona. Momentos, aliás, muito bem registrados no documentário: mostram a arrogância do procurador, designado por Carmona, ao anunciar a dissolução do Congresso, da Corte Suprema e revogar a Constituição, e depois de algumas horas, todo assustado, ao ser preso, num canto de uma sala do palácio. Outro aspecto importante do documentário é a revelação da manipulação dos canais de televisão comerciais sobre os responsáveis pelos assassinatos dos manifestantes em 11 de abril de 2002. Todos os canais privados de televisão que, junto à imprensa escrita e radiofônica, justificaram o golpe de estado de 11 de abril com uma edição de imagens em que aparece um grupo de apoiadores de Chavez, situados na Ponte Llaguno de Caracas, realizando disparos. Estas imagens foram utilizadas para afirmar que "Chávez foi quem ordenou disparar contra a multidão". "A revolução não será televisionada" demonstra, ao apresentar a edição completa da seqüência de imagens (manipulada na edição das TVs), que os grupos situados sobre a Ponte Llaguno de Caracas respondem ao fogo de franco-atiradores (estes sim atiram nos manifestantes) e não disparam sobre os manifestantes. O ponto alto do documentário é registrar a força das massas exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez. O povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte. Não aceitou as “notícias”, recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para denunciar que Chavez “não renunciou! Está seqüestrado!” e “não te queremos Carmona! Ladrão!”. Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio Miraflores para exigir “Queremos a Chavez!” e clamar “Chavez amigo, o povo está contigo!”. Um ponto importante a ser identificado e debatido: durante a noite do dia 11 de abril e na madrugada do dia 12, o Palácio Miraflores foi cercado e os golpistas ameaçaram bombardeá-lo caso Chavez não renunciasse. Chavez resistia e afirmara que não renunciaria. As horas passam e o prazo dado pelos golpistas estava por terminar. A maioria do governo considerou que não havia saída: “O jogo acabou... é a vitória da morte” afirmara seu Ministro do Desenvolvimento. O Conselheiro Político expressou que “os adversários eram muito poderosos e não deu tempo... Não organizamos uma política de comunicações”. Por volta das 3:30 h da madrugada, Chavez comunica que sairia e se entregaria, mas sem renunciar, para ficar claro que se tratava de um golpe. Um sinal de que aquele não seria o desfecho final é manifestado pelo próprio Chavez, na saída do Palácio, diante da afirmação de um aliado que grita: “Presidente voltaremos”. Chavez afirma “Ora! Nem fomos embora”. Porém a decisão de se retirar e ceder às chantagens revela uma certa subestimação da capacidade do povo empreender resistências vigorosas e múltiplas a ponto de derrotar os golpistas. E mais: indica que a organização das massas exploradas para resistir a estas situações não era uma possibilidade presente na consciência política das forças que apóiam o governo de Hugo Chavez. Portanto, não poderiam vislumbrá-la e dela lançar mão. Apenas se conformaram: “Não havia saída”, “O jogo acabou”. Para eles, não faltava uma política para organizar as classes dominadas, mas sim o que “não organizamos [foi] uma política de comunicações”. A preparação e organização dos trabalhadores e das massas populares para fazer frente ao antagonismo das classes dominantes e do imperialismo norte-americano, que a luta de classes coloca na ordem do dia, não pode depender da iniciativa “espontânea” das massas exploradas. O fato de, neste episódio, elas terem se levantado e vencido o golpe não poderia justificar a manutenção desse nível de organização política. Debilidade que se evidenciaria perigosa para a defesa dos interesses do povo venezuelano. Estes pontos estimulam todos os revolucionários e verdadeiros democratas a refletirem sobre a luta antiimperialista. A experiência recente da América Latina é rica neste sentido. Cabe aprender com os erros e não se contentar com as insuficiências que batalhas vitoriosas possam ocultar, desviando o povo do caminho da luta pela libertação nacional. Ao contrário dos governos que estão até a alma comprometidos em garantir os interesses do capital financeiro internacional, o governo Chavez segue tomando medidas que atingem o imperialismo e as classes dominantes da Venezuela. Os acontecimentos registrados pelo documentário levaram o presidente Hugo Chavez e a maioria de seu governo a avançarem e implementarem medidas de estímulo à organização política do povo venezuelano a fim de resistir à ofensiva do imperialismo e impulsionar a “revolução bolivariana”. Ficha Técnica: Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O’Briain Produção: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda Edição: Angel H. Zoido Produtor Executivo: Rod Stonemann Produzido por: David Power Irlanda, 2003. Duração:74 minutos, legendas em português. Link para download via torrent do filme legendado: A Revolução Não Será Televisionada Filme completo: http://youtu.be/MTui69j4XvQ

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Legalização da maconha muda os debates internacional sobre drogas

Há uma semana atrás, os eleitores no Estado de Washington e Colorado votaram por grandes margens para acabar com a criminalidade de adultos que usam e portam uma quantidade de maconha para consumo pessoal. Esses votos históricos têm reverberado por todo o mundo e têm mudado os termos do debate na Guerra às Drogas. Os usuários já podem contar com as leis Washington I-502 e 64 do Colorado, leis estas que alterarão o debate internacional sobre as implicações de longo alcance sobre a legalização das drogas.
Em âmbito municipal, o Departamento de Polícia de Seattle emitiu uma mensagem afirmando que o simples cheiro de maconha, sozinho, detectadas por um oficial K-9 ou um oficial humano, não é mais "causa provável" para instigar uma investigação. Esse é um efeito direto sobre todos os consumidores de cannabis em Washington, que agora não podem ser coagidos a uma busca de drogas sob ameaça de cães farejadores. (Eles também parecem afirmar que a posse de uma onça de maconha ou um quilo de haxixe ou 2 litros de ¼ * óleo de haxixe é perfeitamente legal, mesmo na ausência de qualquer loja legal para comprá-los.)
Sob o ponto de vista jurídico, os promotores em três condados de Washington inocentaram as acusações de porte de maconha contra cerca de 250 pessoas. A maconha não é legal em Washington, até 06 de dezembro, mas os promotores notaram que iriam contra a vontade do povo e seria difícil de de um júri condenar alguém por porte de maconha. Assim, 250 pessoas foram imediatamente afetadas pela legalização. Pessoas que não serão mais encaradas como criminosas pelo uso de uma planta; condenados a, em cada aplicação de trabalho, ter de apresentar certificado de segurança, verificação de antecedentes, e diversos outros aborrecimentos evitáveis.
No nível estadual, o governador Chris Gregoire de Washington e John Hickenlooper governador do Colorado estão lutando para obter a orientação do Departamento de Justiça dos EUA sobre a forma como o governo federal vai cumprir a Lei de Substâncias Controladas em face do desafio ao estado aberto pela lei federal. A Iniciativa 502 define e distingue maconha de outras partes da planta cannabis. Propõe a legalização de pequenas quantidades de maconha produtos relacionados para a maioria dos adultos, de taxá-los, e designar a receita para a saúde e prevenção de abuso de substâncias e educação.
Em nível nacional, os representantes democratas do estado de Colorado, Diana DeGette, Ed Perlmutter, e Jared Polis, estão trabalhando em projetos de lei na Câmara dos Deputados para alterar as Lei de Substâncias Controladas para permitir que os estados possam definir as suas próprias políticas sobre a maconha. Mais uma vez, com dois estados em jogo, a necessidade de tal legislação é duas vezes mais óbvia e terá delegações de dois Estados "lutando por isso". Este é o início do desenrolar da Lei de Substâncias Controladas de Richard Nixon, emitida em 1970, que, ridiculamente,coloca maconha ao lado de drogas pesadas como heroína, LSD e PCP.
A nível internacional, os presidentes do México, Belize, Honduras e Costa Rica têm chamado a atenção da Organização dos Estados Americanos e das Nações Unidas para rever a proibição das drogas ao nível global. Os líderes latino-americanos questionam como eles podem continuar a ver os seus países dilacerados pela proibição do cultivo e tráfico de algo que poderia se tornar legal, uma vez que atinge dois estados americanos. Este é o início do questionamento sobre a Convenção Única de 1961 sobre Estupefacientes. Tratado que liga os EUA e o mundo à visão de Harry J. Anslinger de proibição global das drogas.
Este pode ser o início de uma nova concepção sobre a legalização e a moralização do uso da maconha. E uma proposta pela legalização da maconha em todo o mundo, em qualquer nível, mesmo que seja apenas um grama em casa, com a posse de uma licença. É o início da derrubada de dominós que terminará com a proibição da maconha mais rápido do que ninguém pensava ser possível. Sendo legal, as pessoas usuárias não serão criminosas, assim como não são criminosas as pessoas consumidoras de tabaco e álcool.

domingo, 24 de junho de 2012

Golpe no Paraguai

O GOLPE PARAGUAIO Laerte Braga O golpe sumário dado pelo Parlamento do Paraguai contra o presidente Fernando Lugo tem a marca registrada da classe dominante naquele país. Latifundiários associados a multinacionais, Forças Armadas corrompidas e cooptadas por interesses de grandes corporações, bancos e os donos da terra. O Paraguai jamais se recuperou da guerra contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai (1864/1870). O conflito foi estimulado pela Inglaterra, então maior potência do mundo, em defesa de seus interesses econômicos. O Paraguai era o país mais industrializado e socialmente desenvolvido da América Latina. Não dependia de países da Europa, tinha uma indústria têxtil competitiva e era um dos grandes exportadores de mate, além de exportar manufaturados em ferro fundido (Fundición de Hierro Ybycui) e outros manufaturados para países vizinhos e Europa, concorrendo com o império britânico. O capital para a guerra foi dos ingleses e, em meio ao conflito é que, praticamente, se construíram as forças armadas brasileiras, inteiramente despreparadas para um confronto de tal envergadura. Nos primeiros anos da guerra os soldados brasileiros passavam fome e os armamentos eram mínimos, insuficientes para o genocídio que viria mais à frente. Foi a consequência inicial da avidez do governo imperial brasileiro de aceitar as libras inglesas. Os países que formaram a chamada Tríplice Aliança, numa selvageria sem tamanho, mataram 70% da população paraguaia e até hoje a maioria acentuada entre os que nascem naquele país é de homens. De lá para cá o Paraguai tem sido governado por ditadores, numa sucessão de golpes de estados e o breve período “democrático” que se seguiu à deposição do último general, Alfredo Stroessner (morreu exilado no Brasil; era capacho da ditadura militar brasileira), encerra-se agora com a deposição branca de Fernando Lugo. Um ex-bispo católico, conhecido como o “bispo dos pobres”. O mandato de Lugo terminaria no próximo ano. O vice-presidente é do Partido Liberal, aquele jogo político de amigos e inimigos cordiais, onde os donos se revezam no poder. O pretexto para a deposição de Lugo foi um massacre de trabalhadores rurais sem terra, numa região próxima à fronteira com o Brasil. Morreram manifestantes e integrantes das forças de repressão. De lá para cá Lugo enfrenta um inferno. Latifundiários brasileiros, a classe dominante paraguaia – subordinada a interesses do Brasil e de corporações internacionais – se uniram contra Lugo e o apoio de empresas como a MONSANTO, a DOW CHEMICAL. o silêncio formal e proposital dos EUA, todos esses ingredientes foram misturados e transformados em golpe de estado. Tal e qual aconteceu em Honduras contra Manoel Zelaya. A nova “fórmula” para golpes de estado na América Latina. A farsa democrática, o rito constitucional transformado em instrumento golpista na falta de pudor da classe dominante. No caso do Paraguai, como no de Honduras, miquinhos amestrados do capitalismo internacional. A elite paraguaia jamais permitiu ao longo desses anos todos, desde 1870, que o país se colocasse de pé novamente. Tem sido um apêndice de interesses políticos e econômicos de corporações estrangeiras e do sub-imperialismo brasileiro. Carregam as malas dos donos enquanto submetem os trabalhadores a um regime desumano e cruel que não mudou e nem vai mudar enquanto não houver resistência efetiva e nas ruas contra esse tipo de procedimento, contra essa subserviência corrupta e golpista. E cumplicidade de governos vizinhos. Mesmo que por omissão, ou fingir que faz alguma coisa. E necessária a consciência dos governos de países como o Brasil que situações de golpe são inaceitáveis. Que a integração latino americana é fundamental e se faz com democracia e participação popular. Fernando Lugo cometeu erros. O maior deles o de acreditar que era possível governar o país com grupos da direita. As políticas de conciliação onde a elite é implacável e medieval, as forças armadas são agentes – em sua maioria esmagadora – de interesses contrários aos nacionais e as forças populares sistematicamente encurraladas pela violência e barbárie. Ou se percebe que o golpe contra Lugo é um golpe contra toda a América Latina, ou breve situações semelhantes em outros países. Por trás de tudo isso, em maior ou menor escala, mas de forma direta os EUA e o que significam no mundo de hoje. No que o presidente do Irã, Mahamoud Ahmadinejad chama de colonizadores. No ano 2000 o economista César Benjamin, numa palestra na cidade mineira de Juiz de Fora espantou os ouvintes ao dizer que “o século XIX foi o dos grandes impérios colonizadores, o século XX o do fim do colonialismo, o século XXI vai assistir a um novo ciclo de colonização de países periféricos às grandes potências”. A previsão está se confirmando. O secretário geral da UNASUL, Ali Rodriguez disse em entrevista a vários jornalistas que “o Paraguai pode estar em meio a golpe de Estado devido à rapidez do julgamento político do presidente do país, Fernando Lugo” e mostrou-se preocupado com um possível “processo de violência; tudo indica que uma decisão já foi tomada e que pela rapidez com a qual os eventos estão acontecendo, poderíamos estar perante um golpe de Estado”. Basta que países como o Brasil e a Argentina, por exemplo, asfixiem econômica e politicamente o novo governo para que ele não se sustente. Depende da vontade política de um e outro de manter a democracia no Paraguai, mesmo frágil, de pé. A classe dominante paraguaia nunca deu muita importância a isso, pois sempre consegue espaço para se acomodar e continuar a transformação do país em uma espécie de vagão a reboque principalmente do Brasil. Desde o fim da guerra, em 1870 tem sido assim. Fernando Lugo foi acusado, entre as farsas várias, de humilhar as forças armadas (existem, ou são esbirros do capitalismo?) e colocar-se ao lado dos trabalhadores sem terra. É o velho e boçal latifúndio que no Paraguai é a força econômica mais poderosa. Os protestos populares acontecem próximo ao Parlamento, mas já com forças policiais prontas para massacrar e impedir qualquer reação. É preciso ir às ruas em toda a América Latina e é fundamental asfixiar essa elite que cheira a esgoto. Se o governo brasileiro quiser não tem golpe que sobreviva. O problema é querer. A preocupação hoje, no entanto, é de “consenso possível” (um fracasso na RIO+20) e as eleições de outubro. A mídia de mercado – fétida também – no Brasil já desestimula qualquer atitude mais forte do governo. Afirma que Lugo declarou que aceitará o “julgamento político”. É mais uma das muitas e constantes mentiras padrão da imprensa-de-mercado. O golpe no Paraguai fere o arremedo de democracia que sub-existe no Brasil e outros países com o consentimento dos “poderes moderadores”. As elites políticas e econômicas são as mesmas, arcaicas, podres e totalitárias. Quando querem colocam as garras de fora. Foi o que fizeram com Lugo. O que querem fazer com Chávez. Com Evo Morales e outros tantos. E no fim de tudo atribuir a culpa ao Irã. http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/06/o-golpe-paraguaio.html

domingo, 17 de junho de 2012

A verdade sobre a ocupação na Líbia

Na segunda-feira (04.06) um fato chocou a Líbia, mas não foi noticiado pela imprensa ocidental porque não foi uma notícia aprovada pelo imperialismo: a tomada do Aeroporto Internacional de Trípoli pela Brigada Al-Awfea [“Legalista”], leal a Kadafi, que se supõe que tenha vindo da cidade de Tarhouna, uma das últimas fortalezas kadafistas a cair quando o país foi atacado pela artilharia aérea de EUA-OTAN. Os habitantes de Tarhouna são líbios negros que foram discriminados na Líbia na época do Rei Ídris, mas foram resgatados no governo da Jamahiriya. O novo aeroporto de Trípoli estava sendo construído antes da guerra de ocupação da Líbia por uma empresa brasileira. Seria o maior e mais moderno aeroporto do mundo, não fossem as bombas terroristas despejadas no país – e no aeroporto - pela OTAN-USA e seus aliados colonialistas. Segundo relatos de moradores, a Líbia hoje é um país mergulhado no caos: falta água, luz, medicamentos e alimentos. Algo impensável na época de Kadafi. Quando a OTAN e seus cúmplices (governos dos EUA, França, Inglaterra, Canadá, Arábia Saudita, Catar e outros asseclas) despejaram toneladas de armamentos de paraquedas, em todas as regiões da Líbia, estavam criando as condições necessárias para o caos agora instalado no país. Mas era este o objetivo, além de assassinar covardemente o líder Muamar Kadafi. O martirizado líder líbio construiu o maior rio artificial do mundo, estava construindo o melhor aeroporto do mundo, enquanto Obama mandou bombardear as estações adutoras de água do rio artificial e a construção do aeroporto. Bombardeou toda a infraestrutura do país para que hoje 8.000 soldados norte-americanos estejam ocupando todos os poços de petróleo da Líbia. Estão roubando petróleo da Líbia. EUA, França e Inglaterra, roubam o petróleo líbio e contabilizam como “despesas de guerra”. Afirmam que o povo líbio pediu para ser bombardeado e que agora precisa pagar os custos e despesas com a guerra de ocupação. A Brigada Al-Awfea declarou que a principal razão para a ação de invadir e tomar o Aeroporto Internacional de Trípoli foi protestar contra o misterioso desaparecimento de seu líder, coronel Abu Ajela Al-Habashi e chamar a atenção do mundo para o sofrimento do povo de Tarhouna e outros líbios negros, no período pós-Kadafi. Foguetes lança-granadas, alguns tanques e fogo de artilharia pesada foram usados para ocupar a entrada e as cercanias do aeroporto. Aviões internacionais foram impedidos de decolar. Os passageiros, inclusive os que já estavam embarcados prontos para decolar, receberam ordens, de homens armados, para desembarcar e retornar aos hotéis. Aos olhos da Brigada Al-Awfea, a tomada do aeroporto foi uma espécie de sátira política, carregada de simbolismo e, sobretudo, de legitimidade. A acusação que mais se faz contra a Brigada Al-Awfea é que prega e difunde estereótipos racistas que, cada dia mais, circulam na Líbia pós-Kadafi. Mesmo assim, a ação no aeroporto gerou pânico entre as autoridades líbias, que bracejam num oceano de confusões. Todas as chegadas internacionais foram desviadas para Mitiga, o aeroporto militar de Trípoli. Não é a primeira vez que elementos descontentes da classe mais baixa da população de Trípoli empreendem ações contra os símbolos usados para propaganda da infraestrutura líbia. Mas a ação da Brigada Al-Awfea contra o Aeroporto Internacional de Trípoli é, até agora, de longe, a mais ousada e temerária. A Líbia atual prepara-se para as eleições nacionais de uma assembleia constituinte, em julho de 2012. As eleições foram adiadas, previstas como estavam para 19 de junho. O atraso indica o estado de confusão e desorganização do Conselho Nacional de Transição. Depois das eleições, a assembleia terá de indicar um primeiro-ministro, um gabinete e uma autoridade constituinte, que redigirá uma nova Constituição para a Líbia. Depois, a Constituição – que se teme que venha a ser fortemente influenciada por grupos ligados à Al Qaeda – será submetida a referendo popular e, se aprovada, haverá eleições gerais num prazo de seis meses, contados a partir do referendo. As próximas eleições gerais estão sendo saudadas como as primeiras eleições livres e justas na história da Líbia. Mas a junta governista - que não governa - não sabe como controlar um país onde a maioria da população está armada e só teme os bombardeios da OTAN. O Partido Justiça e Desenvolvimento, braço político da Fraternidade Muçulmana é o partido maior e mais bem organizado. Outros partidos parecem ter expressão apenas regional, como o Partido Verdade e Democracia de Benghazi ou o Congresso Líbio Amazigh, que tem formação de base étnica. A democracia ocidental é um presente de grego de Obama para o povo líbio. Na época de Kadafi o governo era uma Jamahiriya (Poder Popular). Os habitantes se reuniam em Congressos e Comitês Populares, e decidiam os destinos do país. O Livro Verde ensina que dar uma carta em branco para um político é algo temerário e absurdo porque “a representação é uma impostura”. O poder popular deve ser exercido e não transferido a um representante. Na Jamahirya não havia políticos, mas os Congressos e Comitês Populares podiam destituir e eleger ministros e administradores públicos a qualquer momento. Kadafi dedicou sua vida à construção de um país que não se dobrava às potências ocidentais. Obama dedica sua vida a fortalecer o complexo militar, petrolífero e bancário norte-americano, que estão destruindo o mundo com consumismo exagerado e extinção dos recursos naturais. Durante a guerra de ocupação da Líbia por potências ocidentais criminosas, que assassinaram mais de 200.000 líbios, Kadafi recebeu convites de diversos países para se exilar, e jamais aceitou nem considerou essa possibilidade. Lutou até o final, como um verdadeiro guerreiro, seguindo o exemplo de Omar Moukhtar, e como ele foi martirizado. O advogado das causas populares, Barak Hussein Obama, foi eleito presidente e traiu seus eleitores ao cumprir fielmente a agenda dos banqueiros, indústrias bélica e petroleira, para se manter no poder e usufruir dos privilégios inerentes ao cargo. Kadafi preferia as tendas árabes aos hotéis luxuosos do ocidente. Por todos esses motivos, um Kadafi vale por 100 Obamas. Kadafi é a resistência dos pequenos povos e países submetidos ao terrorismo estatal do imperialismo e das potências colonialistas. Obama é o retrato de um político profissional de um país que sobrevive explorando, roubando e saqueando os pequenos povos e países do mundo.