Informações, curiosidades, comentários, pontos-de vista... Este é o nosso blog, vamos fazer ouvir a voz da minoria que não se resigna; a "minoria" ruidosa!
domingo, 27 de junho de 2010
Dunga X Globo: joguinho feio
O técnico da seleção está mais pra Zangado que pra Dunga. E sem direito a Branca de Neve. O exemplo mais recente de suas grosserias foram alguns palavrões disparados contra jornalistas da Globo em uma entrevista coletiva.
É só mais um capítulo na recente guerra entre a grande imprensa e o técnico. Treinos secretos e pouco acesso aos jogadores causam revolta nas emissoras e jornalões. Reclamam de “cerceamento” a informação.
O fato é que Globo, Band, Folha, Estadão e outros monopólios estão defendendo seus lucros e os interesses de seus proprietários, controladores ou acionistas. Nada a ver com direito à informação.
Corre na internete o relato de outro episódio envolvendo a Globo. Dunga teria se recusado a conceder uma entrevista exclusiva a Fátima Bernardes, autorizada por Ricardo Teixeira. O técnico da seleção não foi consultado e bateu a porta da concentração na cara da jornalista.
Com isso, Dunga arranjou briga com a bruxa má da história. A Globo é daquelas que costuma dar maças envenenadas de presente.
Poderíamos bater palmas para Dunga, não fosse o fato de que só ocupa o posto de treinador da Seleção por obra e graça do presidente da CBF. Ou seja, ninguém é bonzinho nisso tudo.
É um jogo cheio de caneladas e chutes acima da cintura. Retrato de um esporte apaixonante, entregue às pornográficas relações entre mídia, empresas, cartolas e governantes. Tudo movido a muito dinheiro e poder.
Sérgio Domingues
http://pilulas-diarias.blogspot.com
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Junte se a nós e participe do #DiaSemGlobo em apoio a Dunga
O técnico da seleção brasileira abriu fogo contra a Rede Globo.Dunga deu na canela do comentarista Alex Escobar, da Globo. Poucas horas depois, um dos apresentadores do programa Fantástico, Tadeu Schmidt, da África leu um editorial da emissora detonando Dunga.
Tudo tem um porque, antes do ataque ao Dunga no Fantástico, o Jornal O Globo já havia descido a lenha na seleção e principalmente no seu treinador.
Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento ?
Vamos aos fatos :
Segunda feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.
Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.
Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a esposa do poderoso William Bonner sentenciou :
“ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores...”
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação:
“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma...”
Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada (Globo)!!!
“ Mas... - prosseguiu dona Fátima - esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.
Dunga: - “ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”
O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.
Dunga pode até perder a classificação, a Copa , seu time pode até tomar uma goleada, qualquer fiasqueira na África, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência frente a uma das instituições privadas mais poderosas no País e que tem por hábito impor suas vontades, eis que é líder de audiência e por isso se acha acima do bem e do mal.
Em linguagem popular, o Dunga simplesmente mijou na Vênus Platinada ! Sugiro uma estátua para ele!!!
Após a poderosa Globo a mesma que levou o Collorido ao poder e depois o detonou por seus interesses, agora difama o Dunga, tá certo que o cara é meio Ogro, mas não teve o direito de se defender dos ataques em momento algum.
Falar mal do cara é liberdade de imprensa
Ouvir o cara não pode?
A reação do povo foi imediata.O editorial lido no programa "Fantástico", da Rede Globo, deu repercussão no mundo virtual. E pela primeira vez na história o Brasil inteiro apóia o técnico da Seleção. Só a Globo para conseguir isso...
Dentre os assuntos mais comentados no Twitter nesta segunda-feira (21), a frase "Cala boca, Tadeu Schmidt" era líder absoluta --superou até a antecessora "Cala Boca, Galvão", que liderou por dias seguidos os Trending Topics.
E não parou por ai. Em apoio ao técnico da seleção brasileira, os twiteiros lançaram o "DiaSemGlobo", que será nessa sexta-feira, quando o Brasil vai jogar com a seleção de Portugal, no encerramento da primeira fase da copa.
Todo mundo na Band, ou em outra emissora, não vamos sintonizar a Globo na sexta-feira, temos que começar a deixar de ser gado manso, mostrar que não somos trouxas manipuláveis
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Um espectro ronda a Europa (além da crise): a luta de classes
O epicentro da crise internacional do capitalismo se deslocou para o centro, mais especificamente a Europa. O salvamento dos bancos feito pelo Estado está custando caro e ninguém tem saídas plausíveis senão a radical austeridade fiscal que vai contra a luta histórica dos trabalhadores e seus ganhos defensivos. Os déficits fiscais das economias do centro apontam em média para transbordar o 100% do PIB em dívida. Mas então, o que fazer? Vou fazer um breve apontamento sobre a atual crise européia a fim de solucionar alguns mal entendidos não apenas na ala do FMI, mas também de parte da esquerda.
A crise européia que já se escancarou na periferia (Grécia, Espanha, Portugal, Itália) tem como sua salvaguarda a França e, em especial, a Alemanha. O salvamento diante do “estado de emergência fiscal” visa à relação existente entre os déficits fiscais de grande parte dos países da zona do euro e os bancos franceses e alemães. Por mais que seu início se dê na Grécia, como apontamos, sua crise é um sintoma que emerge diante das profundas dificuldades bancárias que sustentam o euro. A questão é: o establishment europeu – Conselho Europeu, Comissão Européia e Banco Central Europeu – estão fazendo uma grande pressão sobre as economias periféricas impondo políticas de austeridade, redução salarial e da dívida pública a fim de ajudar a zona do euro a sair da recessão. Entretanto, essa estratégia é errônea. Tudo se passa como se problema fosse a falta de disciplina fiscal. Não existe uma exagero fiscal destes países tão grande. Todos eles têm os gastos e empregos públicos abaixo do UE-15 além do nível de salários que é bem menor do que em países como a França.
O grande segredo ocultado pelos veículos da mídia é que o problema da eurozona não está na periferia e sim no centro, mais especificamente na Alemanha. A economia alemã está em baixa durante muitos anos. Seus salários não tem aumentado durante os últimos quinze anos, conseqüência da medidas antisindicais de baixos salários tomada pelos governos de Gerhard Schoeder e Angela Merkel. Esse processo foi facilitado pelo ampla disponibilidade de trabalhadores procedentes da antiga Alemanha do Leste e os imigrante provindos do Leste Europeu. Assim, nos últimos quinze anos a inversões alemãs tem sido escassas (menores que nos países periféricos) e seu crescimento econômico foi lento (muito mais lento que os países periféricos). Além disso, a baixa na rendas do trabalho na Alemanha tem criando um grande problema de falta de demanda, conseqüência da falta de crescimento da massa salarial. Dessa forma, o crescimento econômico alemão foi baseado não no aumento da demanda interna e sim com o crescimento das exportações e a conseqüente acumulação de euros nos bancos alemães. E o que os bancos alemães fizeram com tanto euros? Uma delas é emprestá-lo para os países do mediterrâneo. Esse fluxo ajudou, por exemplo, os bancos espanhóis a estabelecer o complexo bancário-industrial-imobiliário que foi o motor da economia espanhola. Não é a toa que grande parte da dívida dos países da periferia é propriedade dos bancos alemães (e franceses).
Mas então, o que fazer? Como disse recentemente Boaventura de Sousa Santos, numa virada que parece deixar a pós-modernidade democrática como seu paradigma último, a luta de classes está de volta à Europa e em termos tão novos que os atores sociais estão perplexos e paralisados. Concordo plenamente. A esquerda européia ainda tem a dificuldade de não ter outros instrumentos de transformação social que apontem para um horizonte qualitativamente diferente de organização social senão os partidos sectários instalados, por exemplo, na Grécia.
Já apontamos em outros textos que a solução que esta sendo gestada no centro do capitalismo diante da crise é a superexploração do trabalho. Típica dos países dependentes agora a superexploração se torna a resposta do capital para atual crise também nos países de centro. Nunca os que trabalham trabalharam tanto e nunca lhes foi tão difícil identificarem-se como trabalhadores. Sua crescente organizção de trabalho horizontalizada inviabiliza a atuação de sindicatos verticais. Bem, essa saída da crise tem como dificuldade ainda maior para a esquerda sua impotencia, principalmente diante de sua tragédia reformista pós-11 de setembro. Os antigos instrumentos de luta histórica estão esgotados e agora nao fazem parte da solução, e sim do problema. Além disso, a resistência apenas dentro das economias nacionais é fraca demais diante da profundidade da crise. Assim, ou a resistência é européia ou não perderá na sua força. Diante dessas dificuldades organizacionais e estratégicas para a esquerda, uma virada a direita não pode nos assustar.
Fernando Marcelino
A crise européia que já se escancarou na periferia (Grécia, Espanha, Portugal, Itália) tem como sua salvaguarda a França e, em especial, a Alemanha. O salvamento diante do “estado de emergência fiscal” visa à relação existente entre os déficits fiscais de grande parte dos países da zona do euro e os bancos franceses e alemães. Por mais que seu início se dê na Grécia, como apontamos, sua crise é um sintoma que emerge diante das profundas dificuldades bancárias que sustentam o euro. A questão é: o establishment europeu – Conselho Europeu, Comissão Européia e Banco Central Europeu – estão fazendo uma grande pressão sobre as economias periféricas impondo políticas de austeridade, redução salarial e da dívida pública a fim de ajudar a zona do euro a sair da recessão. Entretanto, essa estratégia é errônea. Tudo se passa como se problema fosse a falta de disciplina fiscal. Não existe uma exagero fiscal destes países tão grande. Todos eles têm os gastos e empregos públicos abaixo do UE-15 além do nível de salários que é bem menor do que em países como a França.
O grande segredo ocultado pelos veículos da mídia é que o problema da eurozona não está na periferia e sim no centro, mais especificamente na Alemanha. A economia alemã está em baixa durante muitos anos. Seus salários não tem aumentado durante os últimos quinze anos, conseqüência da medidas antisindicais de baixos salários tomada pelos governos de Gerhard Schoeder e Angela Merkel. Esse processo foi facilitado pelo ampla disponibilidade de trabalhadores procedentes da antiga Alemanha do Leste e os imigrante provindos do Leste Europeu. Assim, nos últimos quinze anos a inversões alemãs tem sido escassas (menores que nos países periféricos) e seu crescimento econômico foi lento (muito mais lento que os países periféricos). Além disso, a baixa na rendas do trabalho na Alemanha tem criando um grande problema de falta de demanda, conseqüência da falta de crescimento da massa salarial. Dessa forma, o crescimento econômico alemão foi baseado não no aumento da demanda interna e sim com o crescimento das exportações e a conseqüente acumulação de euros nos bancos alemães. E o que os bancos alemães fizeram com tanto euros? Uma delas é emprestá-lo para os países do mediterrâneo. Esse fluxo ajudou, por exemplo, os bancos espanhóis a estabelecer o complexo bancário-industrial-imobiliário que foi o motor da economia espanhola. Não é a toa que grande parte da dívida dos países da periferia é propriedade dos bancos alemães (e franceses).
Mas então, o que fazer? Como disse recentemente Boaventura de Sousa Santos, numa virada que parece deixar a pós-modernidade democrática como seu paradigma último, a luta de classes está de volta à Europa e em termos tão novos que os atores sociais estão perplexos e paralisados. Concordo plenamente. A esquerda européia ainda tem a dificuldade de não ter outros instrumentos de transformação social que apontem para um horizonte qualitativamente diferente de organização social senão os partidos sectários instalados, por exemplo, na Grécia.
Já apontamos em outros textos que a solução que esta sendo gestada no centro do capitalismo diante da crise é a superexploração do trabalho. Típica dos países dependentes agora a superexploração se torna a resposta do capital para atual crise também nos países de centro. Nunca os que trabalham trabalharam tanto e nunca lhes foi tão difícil identificarem-se como trabalhadores. Sua crescente organizção de trabalho horizontalizada inviabiliza a atuação de sindicatos verticais. Bem, essa saída da crise tem como dificuldade ainda maior para a esquerda sua impotencia, principalmente diante de sua tragédia reformista pós-11 de setembro. Os antigos instrumentos de luta histórica estão esgotados e agora nao fazem parte da solução, e sim do problema. Além disso, a resistência apenas dentro das economias nacionais é fraca demais diante da profundidade da crise. Assim, ou a resistência é européia ou não perderá na sua força. Diante dessas dificuldades organizacionais e estratégicas para a esquerda, uma virada a direita não pode nos assustar.
Fernando Marcelino
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