quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

COM MILITARES POLICIANDO MORROS, O BRASIL PODE VIRAR UMA COLÔMBIA


Enterro de jovens morto por soldados, durante ocupação do Morro do Alemão.




É grande a possibilidade de os militares, exercendo funções policiais, serem contaminados pela criminalidade, tanto que se trata de "uma preocupação constante do próprio Exército, seja por exemplos internacionais, como o do México, seja pela experiência de roubos de armas, com cumplicidade de gente da instituição, seja também pela promiscuidade, sabendo-se que alguns saíram do Exército e foram recrutados pelo tráfico".

A advertência é do antrópologo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, ex-coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do RJ e um dos autores (na verdade, consultor) dos livros Elite da Tropa 1 e 2.

No mesmo sentido, aliás, a colunista Eliana Cantanhêde alertou que, se "as tropas se instalarem e nunca mais saírem, ou ele deixa de ser Exército, ou o Brasil vira uma Colômbia".

Soares continua sendo o principal porta-voz da minoria civilizada que não se deixa mesmerizar pelo enfoque triunfalista e fascistizante com que a grande imprensa está cobrindo os acontecimentos do Rio de Janeiro.

Sua entrevista de hoje (02/12) à Folha de S. Paulo serve como antídoto ao maniqueísmo primário que se tenta impingir à população -- infelizmente, com considerável êxito.

Sabemos como isso acaba: no cerceamento de direitos democráticos, a pretexto de se combater o satânico dr. No que os cidadãos são induzidos a odiar em cada momento.

Terrorista, traficante, ditador, há sempre um grande vilão qualquer para servir de espantalho, de forma que o homem comum jamais reflita sobre o porquê de sua vida ser tão insatisfatória quando há plenas condições materiais para se assegurar uma existência digna a todos os habitantes do planeta, trabalhando muito menos e se realizando muito mais.

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