quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A deusa nua da cidade


Oba!!! Bem vindos à primeira postagem de 2011!

Recentemente anunciei neste blog o lançamento do primeiro livro de um promissor talento literário ainda, infelizmente, desconhecido. Trata-se de Sete, livro de contos escrito por Orlando de Melo, um estimado e talentoso primo meu. Aliás, uma feliz coincidência. Pode parecer suspeito, mas o livro realmente é muito interessante, ou melhor, ouso dizer, o livro é de excelente qualidade literária.
Logo de início há um conto impactante, meio a Edgar Alan Poe, intitulado “A horda dos lobos da floresta negra”. Porém, não vou comentar todos os contos de imediato, e vou me ater apenas ao terceiro conto do livro, “A deusa nua da cidade. Fiquei extasiado com a leitura! Um conto curto e preciso; conciso e profundo.
Por meio de metáforas, o autor nos remete à sordidez e ao caos que a urbanidade proporciona. Na obra, Orlando de Melo parece nos dizer que a deusa nua é a própria cidade, que devora e é devorada. A cidade/sociedade devora sua gente, dissolvida na solidão e luxúria, e é por essa gente devorada, pela miséria social e pela decadência moral. A escrita do autor nos conduz - inebriantes e desejosos – através de sílabas poéticas, narrativas e metafóricas. Ao descrever seu personagem, impregna-o de pureza e lirismo ao precisar que ela “só vestiu seus olhos e foi andar nas ruas”. O movimento nervoso pode ser percebido em trechos nos quais, por exemplo, há referência ao metrô, descrito como “gigantescas serpentes metálicas”. A poesia contida na prece final, mesmo que pecando na métrica, está impregnada de paixão poética.
O conto “A deusa nua da cidade” é um pequeno exemplo e apenas um aperitivo para provar os instigantes textos que compões a obra “Sete”. Para tanto, basta apreciar com vontade o livro inteiro.

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