domingo, 24 de junho de 2012

Golpe no Paraguai

O GOLPE PARAGUAIO Laerte Braga O golpe sumário dado pelo Parlamento do Paraguai contra o presidente Fernando Lugo tem a marca registrada da classe dominante naquele país. Latifundiários associados a multinacionais, Forças Armadas corrompidas e cooptadas por interesses de grandes corporações, bancos e os donos da terra. O Paraguai jamais se recuperou da guerra contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai (1864/1870). O conflito foi estimulado pela Inglaterra, então maior potência do mundo, em defesa de seus interesses econômicos. O Paraguai era o país mais industrializado e socialmente desenvolvido da América Latina. Não dependia de países da Europa, tinha uma indústria têxtil competitiva e era um dos grandes exportadores de mate, além de exportar manufaturados em ferro fundido (Fundición de Hierro Ybycui) e outros manufaturados para países vizinhos e Europa, concorrendo com o império britânico. O capital para a guerra foi dos ingleses e, em meio ao conflito é que, praticamente, se construíram as forças armadas brasileiras, inteiramente despreparadas para um confronto de tal envergadura. Nos primeiros anos da guerra os soldados brasileiros passavam fome e os armamentos eram mínimos, insuficientes para o genocídio que viria mais à frente. Foi a consequência inicial da avidez do governo imperial brasileiro de aceitar as libras inglesas. Os países que formaram a chamada Tríplice Aliança, numa selvageria sem tamanho, mataram 70% da população paraguaia e até hoje a maioria acentuada entre os que nascem naquele país é de homens. De lá para cá o Paraguai tem sido governado por ditadores, numa sucessão de golpes de estados e o breve período “democrático” que se seguiu à deposição do último general, Alfredo Stroessner (morreu exilado no Brasil; era capacho da ditadura militar brasileira), encerra-se agora com a deposição branca de Fernando Lugo. Um ex-bispo católico, conhecido como o “bispo dos pobres”. O mandato de Lugo terminaria no próximo ano. O vice-presidente é do Partido Liberal, aquele jogo político de amigos e inimigos cordiais, onde os donos se revezam no poder. O pretexto para a deposição de Lugo foi um massacre de trabalhadores rurais sem terra, numa região próxima à fronteira com o Brasil. Morreram manifestantes e integrantes das forças de repressão. De lá para cá Lugo enfrenta um inferno. Latifundiários brasileiros, a classe dominante paraguaia – subordinada a interesses do Brasil e de corporações internacionais – se uniram contra Lugo e o apoio de empresas como a MONSANTO, a DOW CHEMICAL. o silêncio formal e proposital dos EUA, todos esses ingredientes foram misturados e transformados em golpe de estado. Tal e qual aconteceu em Honduras contra Manoel Zelaya. A nova “fórmula” para golpes de estado na América Latina. A farsa democrática, o rito constitucional transformado em instrumento golpista na falta de pudor da classe dominante. No caso do Paraguai, como no de Honduras, miquinhos amestrados do capitalismo internacional. A elite paraguaia jamais permitiu ao longo desses anos todos, desde 1870, que o país se colocasse de pé novamente. Tem sido um apêndice de interesses políticos e econômicos de corporações estrangeiras e do sub-imperialismo brasileiro. Carregam as malas dos donos enquanto submetem os trabalhadores a um regime desumano e cruel que não mudou e nem vai mudar enquanto não houver resistência efetiva e nas ruas contra esse tipo de procedimento, contra essa subserviência corrupta e golpista. E cumplicidade de governos vizinhos. Mesmo que por omissão, ou fingir que faz alguma coisa. E necessária a consciência dos governos de países como o Brasil que situações de golpe são inaceitáveis. Que a integração latino americana é fundamental e se faz com democracia e participação popular. Fernando Lugo cometeu erros. O maior deles o de acreditar que era possível governar o país com grupos da direita. As políticas de conciliação onde a elite é implacável e medieval, as forças armadas são agentes – em sua maioria esmagadora – de interesses contrários aos nacionais e as forças populares sistematicamente encurraladas pela violência e barbárie. Ou se percebe que o golpe contra Lugo é um golpe contra toda a América Latina, ou breve situações semelhantes em outros países. Por trás de tudo isso, em maior ou menor escala, mas de forma direta os EUA e o que significam no mundo de hoje. No que o presidente do Irã, Mahamoud Ahmadinejad chama de colonizadores. No ano 2000 o economista César Benjamin, numa palestra na cidade mineira de Juiz de Fora espantou os ouvintes ao dizer que “o século XIX foi o dos grandes impérios colonizadores, o século XX o do fim do colonialismo, o século XXI vai assistir a um novo ciclo de colonização de países periféricos às grandes potências”. A previsão está se confirmando. O secretário geral da UNASUL, Ali Rodriguez disse em entrevista a vários jornalistas que “o Paraguai pode estar em meio a golpe de Estado devido à rapidez do julgamento político do presidente do país, Fernando Lugo” e mostrou-se preocupado com um possível “processo de violência; tudo indica que uma decisão já foi tomada e que pela rapidez com a qual os eventos estão acontecendo, poderíamos estar perante um golpe de Estado”. Basta que países como o Brasil e a Argentina, por exemplo, asfixiem econômica e politicamente o novo governo para que ele não se sustente. Depende da vontade política de um e outro de manter a democracia no Paraguai, mesmo frágil, de pé. A classe dominante paraguaia nunca deu muita importância a isso, pois sempre consegue espaço para se acomodar e continuar a transformação do país em uma espécie de vagão a reboque principalmente do Brasil. Desde o fim da guerra, em 1870 tem sido assim. Fernando Lugo foi acusado, entre as farsas várias, de humilhar as forças armadas (existem, ou são esbirros do capitalismo?) e colocar-se ao lado dos trabalhadores sem terra. É o velho e boçal latifúndio que no Paraguai é a força econômica mais poderosa. Os protestos populares acontecem próximo ao Parlamento, mas já com forças policiais prontas para massacrar e impedir qualquer reação. É preciso ir às ruas em toda a América Latina e é fundamental asfixiar essa elite que cheira a esgoto. Se o governo brasileiro quiser não tem golpe que sobreviva. O problema é querer. A preocupação hoje, no entanto, é de “consenso possível” (um fracasso na RIO+20) e as eleições de outubro. A mídia de mercado – fétida também – no Brasil já desestimula qualquer atitude mais forte do governo. Afirma que Lugo declarou que aceitará o “julgamento político”. É mais uma das muitas e constantes mentiras padrão da imprensa-de-mercado. O golpe no Paraguai fere o arremedo de democracia que sub-existe no Brasil e outros países com o consentimento dos “poderes moderadores”. As elites políticas e econômicas são as mesmas, arcaicas, podres e totalitárias. Quando querem colocam as garras de fora. Foi o que fizeram com Lugo. O que querem fazer com Chávez. Com Evo Morales e outros tantos. E no fim de tudo atribuir a culpa ao Irã. http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/06/o-golpe-paraguaio.html

domingo, 17 de junho de 2012

A verdade sobre a ocupação na Líbia

Na segunda-feira (04.06) um fato chocou a Líbia, mas não foi noticiado pela imprensa ocidental porque não foi uma notícia aprovada pelo imperialismo: a tomada do Aeroporto Internacional de Trípoli pela Brigada Al-Awfea [“Legalista”], leal a Kadafi, que se supõe que tenha vindo da cidade de Tarhouna, uma das últimas fortalezas kadafistas a cair quando o país foi atacado pela artilharia aérea de EUA-OTAN. Os habitantes de Tarhouna são líbios negros que foram discriminados na Líbia na época do Rei Ídris, mas foram resgatados no governo da Jamahiriya. O novo aeroporto de Trípoli estava sendo construído antes da guerra de ocupação da Líbia por uma empresa brasileira. Seria o maior e mais moderno aeroporto do mundo, não fossem as bombas terroristas despejadas no país – e no aeroporto - pela OTAN-USA e seus aliados colonialistas. Segundo relatos de moradores, a Líbia hoje é um país mergulhado no caos: falta água, luz, medicamentos e alimentos. Algo impensável na época de Kadafi. Quando a OTAN e seus cúmplices (governos dos EUA, França, Inglaterra, Canadá, Arábia Saudita, Catar e outros asseclas) despejaram toneladas de armamentos de paraquedas, em todas as regiões da Líbia, estavam criando as condições necessárias para o caos agora instalado no país. Mas era este o objetivo, além de assassinar covardemente o líder Muamar Kadafi. O martirizado líder líbio construiu o maior rio artificial do mundo, estava construindo o melhor aeroporto do mundo, enquanto Obama mandou bombardear as estações adutoras de água do rio artificial e a construção do aeroporto. Bombardeou toda a infraestrutura do país para que hoje 8.000 soldados norte-americanos estejam ocupando todos os poços de petróleo da Líbia. Estão roubando petróleo da Líbia. EUA, França e Inglaterra, roubam o petróleo líbio e contabilizam como “despesas de guerra”. Afirmam que o povo líbio pediu para ser bombardeado e que agora precisa pagar os custos e despesas com a guerra de ocupação. A Brigada Al-Awfea declarou que a principal razão para a ação de invadir e tomar o Aeroporto Internacional de Trípoli foi protestar contra o misterioso desaparecimento de seu líder, coronel Abu Ajela Al-Habashi e chamar a atenção do mundo para o sofrimento do povo de Tarhouna e outros líbios negros, no período pós-Kadafi. Foguetes lança-granadas, alguns tanques e fogo de artilharia pesada foram usados para ocupar a entrada e as cercanias do aeroporto. Aviões internacionais foram impedidos de decolar. Os passageiros, inclusive os que já estavam embarcados prontos para decolar, receberam ordens, de homens armados, para desembarcar e retornar aos hotéis. Aos olhos da Brigada Al-Awfea, a tomada do aeroporto foi uma espécie de sátira política, carregada de simbolismo e, sobretudo, de legitimidade. A acusação que mais se faz contra a Brigada Al-Awfea é que prega e difunde estereótipos racistas que, cada dia mais, circulam na Líbia pós-Kadafi. Mesmo assim, a ação no aeroporto gerou pânico entre as autoridades líbias, que bracejam num oceano de confusões. Todas as chegadas internacionais foram desviadas para Mitiga, o aeroporto militar de Trípoli. Não é a primeira vez que elementos descontentes da classe mais baixa da população de Trípoli empreendem ações contra os símbolos usados para propaganda da infraestrutura líbia. Mas a ação da Brigada Al-Awfea contra o Aeroporto Internacional de Trípoli é, até agora, de longe, a mais ousada e temerária. A Líbia atual prepara-se para as eleições nacionais de uma assembleia constituinte, em julho de 2012. As eleições foram adiadas, previstas como estavam para 19 de junho. O atraso indica o estado de confusão e desorganização do Conselho Nacional de Transição. Depois das eleições, a assembleia terá de indicar um primeiro-ministro, um gabinete e uma autoridade constituinte, que redigirá uma nova Constituição para a Líbia. Depois, a Constituição – que se teme que venha a ser fortemente influenciada por grupos ligados à Al Qaeda – será submetida a referendo popular e, se aprovada, haverá eleições gerais num prazo de seis meses, contados a partir do referendo. As próximas eleições gerais estão sendo saudadas como as primeiras eleições livres e justas na história da Líbia. Mas a junta governista - que não governa - não sabe como controlar um país onde a maioria da população está armada e só teme os bombardeios da OTAN. O Partido Justiça e Desenvolvimento, braço político da Fraternidade Muçulmana é o partido maior e mais bem organizado. Outros partidos parecem ter expressão apenas regional, como o Partido Verdade e Democracia de Benghazi ou o Congresso Líbio Amazigh, que tem formação de base étnica. A democracia ocidental é um presente de grego de Obama para o povo líbio. Na época de Kadafi o governo era uma Jamahiriya (Poder Popular). Os habitantes se reuniam em Congressos e Comitês Populares, e decidiam os destinos do país. O Livro Verde ensina que dar uma carta em branco para um político é algo temerário e absurdo porque “a representação é uma impostura”. O poder popular deve ser exercido e não transferido a um representante. Na Jamahirya não havia políticos, mas os Congressos e Comitês Populares podiam destituir e eleger ministros e administradores públicos a qualquer momento. Kadafi dedicou sua vida à construção de um país que não se dobrava às potências ocidentais. Obama dedica sua vida a fortalecer o complexo militar, petrolífero e bancário norte-americano, que estão destruindo o mundo com consumismo exagerado e extinção dos recursos naturais. Durante a guerra de ocupação da Líbia por potências ocidentais criminosas, que assassinaram mais de 200.000 líbios, Kadafi recebeu convites de diversos países para se exilar, e jamais aceitou nem considerou essa possibilidade. Lutou até o final, como um verdadeiro guerreiro, seguindo o exemplo de Omar Moukhtar, e como ele foi martirizado. O advogado das causas populares, Barak Hussein Obama, foi eleito presidente e traiu seus eleitores ao cumprir fielmente a agenda dos banqueiros, indústrias bélica e petroleira, para se manter no poder e usufruir dos privilégios inerentes ao cargo. Kadafi preferia as tendas árabes aos hotéis luxuosos do ocidente. Por todos esses motivos, um Kadafi vale por 100 Obamas. Kadafi é a resistência dos pequenos povos e países submetidos ao terrorismo estatal do imperialismo e das potências colonialistas. Obama é o retrato de um político profissional de um país que sobrevive explorando, roubando e saqueando os pequenos povos e países do mundo.

sábado, 16 de junho de 2012

sábado, 2 de junho de 2012

A volta da MINORIA RUIDOSA!

Saudações amigos, colaboradores e seguidores. Após uma temporada na qual um spyware atacou o meu blog, retorno as postagens com toda a força. Esse vírus deve ter sido inoculado pelos políticos de Brasília, pelo pessoal de Sergio Cabral, pela Bancada Evangélica, a Liga dos Católicos ou algo parecido. Mas consegui reverter o mal, portanto, a MINORIA RUIDOSA não vai ficar calada!

A farra do Gilmar

GILMAR MENDES USOU DINHEIRO PÚBLICO PARA "VER" EQUINÓCIO NO AMAPÁ Dono de escola viajou com tudo pago pelo STF para receber título honorífico e observar de perto o sol incidindo diretamente sobre a linha do Equador
. Além das passagens aéreas com tratamento VIP, o povo brasileiro bancou, também, as diárias do ministro Gilmar Mendes em sua passagem por Macapá, nos dias 19 e 20 de março de 2009. Naquela ocasião, o magistrado-empresário largou o serviço em Brasília para ser homenageado pela Assembléia Legislativa do Amapá com o título de "cidadão amapaense", em evento que contou com a presença de outro amapaense ilustre, o maranhense José Sarney. O jurista-maior do Brasil aproveitou o embalo e foi até o Marco Zero da cidade conferir a horizontalidade dos raios solares na efeméride conhecida como "Equinócio das Águas". Tudo com o nosso rico dinheirinho. Para se inteirar das andanças do Professor Gilmar pelo Brasil e pelo mundo, e para saber mais sobre o equinócio e sobre as pororocas, clique aqui. POSTADO ORIGINALMENTE POR ESTE CLOACA NEWS NO DIA 28 DE MAIO DE 2009