domingo, 8 de agosto de 2010

Santos do pau-oco, os verdadeiros terroristas!


Os rapazes da foto tem origem nas chamadas boas famílias de classe média, branca, cristã, protestante e que tiveram acesso a boas escolas e à academia militar da força aérea estadunidense. Qualquer mãe gostaria de ter como genro um rapaz destes - não é assim que se diz?

Entretanto, se tratam de perigosos terroristas. Minutos depois de posar para esta fotografia histórica, eles movimentaram uma fabulosa máquina de morte e destruição que matou na hora cerca de 140 mil pessoas (98% de civis) em Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, há 65 anos.

O do centro, fumando cachimbo, é o piloto Paul Tibbets do avião B-29, o Enola Gay, que acionou o mecanismo que liberou a bomba nuclear sobre a cidade japonesa, e que a destruiu minutos depois, deixando-a contaminada com a letal poeira atômica, carninogênica e teratogênica.

Que diferença há entre esse pessoal cristão e os muçulmanos ortodoxos do talibã, por exemplo?

Muita diferença. Os talibãs - "fanáticos", como gosta de frisar a imprensa ocidental - lutam pela sua terra, pela sua cultura, pela sua crença religiosa e não invadem o país de ninguém.

Esses sete rapazinhos brancos lutavam pelo quê mesmo? Ah, sim, diziam-se guardiães da civilização ocidental, da sociedade de consumo e do capital e - claro - de um Deus branco, misericordioso e que prega o amor entre os mansos e humildes de coração.

Foto: AP/Força Aérea dos EUA

Fonte: Diário Gauche

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O espetáculo e suas perversões

CELEBRIDADES DO ESPORTE
O espetáculo e suas perversões

Por Muniz Sodré em 6/7/2010

Diante de uma prateleira de supermercado, a mulher, de aparência muito humilde, explica à outra por que não tinha torcido pela seleção brasileira: "Eu, aqui, me virando para comprar comida, e aquela turma de milionários correndo atrás de uma bola no campo..."

Em princípio, uma frase dessas, colhida ao acaso no instante fugaz de uma ida ao mercado, não justificaria um texto no Observatório de Imprensa. Se constasse de uma carta de leitor ou de qualquer uma das chamadas mídias sociais (Twitter, Facebook etc.), sim. Mas é possível tomá-la como pretexto para ser coerente com o pensamento de que, às vezes, é necessário complementar a informação de imprensa com o que se observa ao redor, na comunidade.

Essa "informação de imprensa" apareceu numa matéria na edição dominical (4/7) de O Globo, em que a repórter Carla Rocha discorre sobre as consequências da meteórica ascensão social de jogadores de futebol:

"Num dia, são jovens que passam fome em categorias de base, enfrentando privações na esperança de um lugar num grande clube; no outro, adultos para os quais a sorte brilhou, descortinando um mundo maravilhoso de carrões, mulheres lindíssimas e muito, muito dinheiro. Esse jato social, porém, está sujeito a turbulências, principalmente no campo emocional."

"Eles passam a se achar poderosos"

É certamente controversa a frase da mulher no supermercado. Jogadores de futebol partilham a condição de astros do espetáculo com cantores, atores de TV e cinema etc., muitos dos quais são meteóricos milionários. Isto não impede os consumidores, o grande público de aderir emocionalmente ao espetáculo. A frase em questão poderia, assim, ser interpretada como desabafo ou ressentimento frente à distância na distribuição de renda ou às desigualdades da sorte em matéria de condição social.

Mas é também admissível a hipótese de que a frase pertença, embora de modo não explícito, ao mesmo contexto crítico que gerou a reportagem de Carla Rocha, com o título "acesso rápido à fama deixa jogadores sem limites". Neste caso, ambos as personagens estão levantando a questão milenar da hybris, o excesso que tanto preocupava na Antiguidade grega o grande Sólon, para quem a abundância conduziria à hybris, e a hybris à ruína.

Não é bizantinismo ou pedantismo cultural invocar aqui o antigo grego, uma vez que essa questão atravessa a consciência do homem desde Sólon e a poesia trágica até hoje, até mesmo no mais comezinho dos assuntos. Já tivemos um presidente da República defenestrado do poder por motivos de hybris, por falta de limites.

Na verdade, não é nada comezinho o fato que lastreia a reportagem em pauta, já que o texto gira em torno do sumiço de Eliza Samudio, ex-amante de Bruno, goleiro do Flamengo. O fato tem a gravidade característica de toda suspeita de homicídio que, no caso, é levantada sobre o goleiro, já indiciado por tentativa de aborto, ameaça, cárcere privado e lesão corporal, nos termos de uma denúncia de agressão feita por Eliza no ano passado. Associados ao fato, relatam-se os casos de outros jogadores de futebol em quem a falta de limites se estende em casos de alcoolismo, drogas e violência.

"Eles passam a se achar poderosos", comenta o presidente da Associação Paulista de Psicologia do Esporte. "Há um lapso muito grande, num prazo de tempo curto, entre a vida das dificuldades na infância e o status que esses jogadores conquistam graças ao esporte."

Modelagem ética

Claro, a mídia tem a sua parte na construção dessa imagem de onipotência de que se investe a celebridade futebolística. Mas a mídia aí não está sozinha, já que é coadjuvada nessa construção por parceiros não declarados, como políticos, dirigentes de clubes, marketing empresarial etc. De fato, a notícia de jornal não é simples "reflexo" automático de uma realidade singular, ou seja, a construção de um singular pela interpretação de um grupo profissional, como acentuam as análises construtivistas do jornalismo.

O acontecimento jornalístico ocorre sempre depois dos fatos, isto é, quando se produz o trabalho logotécnico de determinação das circunstâncias – apuração dos detalhes, realização de entrevistas, portanto mobilização de parcelas do público, que são também "atores" do acontecimento. Esses atores "extrafactuais" costumam isentar-se de responsabilidade social (há sempre um jovem na outra ponta do circuito comunicativo) e entrar de cabeça na louvação do espetáculo puro e simples. Não é nenhum moralismo cultural considerar que, embora vivamos inapelavelmente na sociedade do espetáculo, há aspectos da espetacularização capazes de suscitar o que há de pior no gênero humano.

Não é preciso ir muito longe nos exemplos nem rebuscar as razões da promiscuidade entre celebridades e criminosos, tão visível nas páginas da imprensa carioca. Basta fazer um pequeno playback mental para as imagens do descontrole emocional da seleção brasileira no segundo tempo do jogo com a Alemanha: os socos de Dunga no poste, o pisão desnecessário do jogador na perna do adversário etc. Há excesso de arrogância, hybris ou lá que outro nome se queira dar à falta de limites, à onipotência da exibição pública de um descontrole lastreado por dinheiro em demasia. Nesse horizonte, até mesmo a impunidade do homicídio se converte em expectativa.

Com ou sem ressentimento, a frase da mulher no supermercado traduz um certo sentimento comunitário de que talvez devam ser menos lenientes os juízos sociais (e midiáticos) em casos de quebra de modelagem ética desses célebres ou, quem sabe, mais severos os impostos sobre as fortunas. O espetáculo não deve ser nenhuma forma de morte do equilíbrio social.

BRASIL 2014: Quem tem medo de Ricardo Teixeira?




Por Alberto Dines em 9/7/2010
Comentário para o programa radiofônico do OI, 9/7/2010

O presidente Lula foi duro com Ricardo Teixeira, o dono do futebol brasileiro. Mas os jornalões não tiveram a coragem de destacar o pito do mais futebolista dos presidentes brasileiros no super-cartola responsável pela manutenção de Dunga no comando da seleção. Nesta que será a sua última turnê africana, quando ainda estava no Quênia o presidente lamentou o desastre brasileiro perante a Holanda e tentou aliviar as culpas do selecionador.

Na etapa seguinte, Tanzânia, o peladeiro Lula foi mais afirmativo, esqueceu o futebol e foi em cima da política do futebol. Disse que não podia intrometer-se numa entidade privada como a CBF e acabou intrometendo-se ostensivamente ao afirmar que a direção da CBF deveria ser trocada a cada oito anos, tal como acontecia no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo quando foi o seu presidente e líder inconteste.

Poderoso chefão

Esta inédita intervenção não mereceria um destaque na capa dos jornais? Claro que merecia, mas foi enfurnada nos cadernos da Copa, atulhados de matérias sobre o embate Holanda-Uruguai. No dia seguinte, nem sombra do que Lula afirmou, como se nada tivesse acontecido e o poderoso Ricardo Teixeira não tivesse sido sutilmente convidado a deixar o comando da CBF depois de 21 longos anos no cargo.

Teria havido uma gestão palaciana para que os jornais não destacassem a declaração, ou o abafamento foi iniciativa dos próprios jornalões? Em qualquer hipótese, fica evidente o "vacilão" da grande imprensa que não se atreve a encarar o poderoso chefão do futebol. Se depois do vexame de 2006 apenas um dos grandes jornais tivesse iniciado uma cruzada pela renovação da CBF nosso país não estaria hoje amargando tamanha desmoralização. Para garantir a Copa no Brasil em 2014, preservou-se Ricardo Teixeira na CBF. A mídia enfrentou Dunga mas não enfrenta quem vai contratar outros Dungas nos próximos quadriênios.

domingo, 27 de junho de 2010

O maraca é nosso!



Só nos resta a Copa de 2014...

Largo da Carioca - RJ

Copa do Mundo 2010

Dunga X Globo: joguinho feio




O técnico da seleção está mais pra Zangado que pra Dunga. E sem direito a Branca de Neve. O exemplo mais recente de suas grosserias foram alguns palavrões disparados contra jornalistas da Globo em uma entrevista coletiva.

É só mais um capítulo na recente guerra entre a grande imprensa e o técnico. Treinos secretos e pouco acesso aos jogadores causam revolta nas emissoras e jornalões. Reclamam de “cerceamento” a informação.

O fato é que Globo, Band, Folha, Estadão e outros monopólios estão defendendo seus lucros e os interesses de seus proprietários, controladores ou acionistas. Nada a ver com direito à informação.

Corre na internete o relato de outro episódio envolvendo a Globo. Dunga teria se recusado a conceder uma entrevista exclusiva a Fátima Bernardes, autorizada por Ricardo Teixeira. O técnico da seleção não foi consultado e bateu a porta da concentração na cara da jornalista.

Com isso, Dunga arranjou briga com a bruxa má da história. A Globo é daquelas que costuma dar maças envenenadas de presente.

Poderíamos bater palmas para Dunga, não fosse o fato de que só ocupa o posto de treinador da Seleção por obra e graça do presidente da CBF. Ou seja, ninguém é bonzinho nisso tudo.

É um jogo cheio de caneladas e chutes acima da cintura. Retrato de um esporte apaixonante, entregue às pornográficas relações entre mídia, empresas, cartolas e governantes. Tudo movido a muito dinheiro e poder.

Sérgio Domingues
http://pilulas-diarias.blogspot.com

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Junte se a nós e participe do #DiaSemGlobo em apoio a Dunga


O técnico da seleção brasileira abriu fogo contra a Rede Globo.Dunga deu na canela do comentarista Alex Escobar, da Globo. Poucas horas depois, um dos apresentadores do programa Fantástico, Tadeu Schmidt, da África leu um editorial da emissora detonando Dunga.

Tudo tem um porque, antes do ataque ao Dunga no Fantástico, o Jornal O Globo já havia descido a lenha na seleção e principalmente no seu treinador.

Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento ?

Vamos aos fatos :

Segunda feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.

Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.

Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a esposa do poderoso William Bonner sentenciou :

“ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores...”

Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação:
“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma...”

Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada (Globo)!!!

“ Mas... - prosseguiu dona Fátima - esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.

Dunga: - “ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”

O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.

Dunga pode até perder a classificação, a Copa , seu time pode até tomar uma goleada, qualquer fiasqueira na África, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência frente a uma das instituições privadas mais poderosas no País e que tem por hábito impor suas vontades, eis que é líder de audiência e por isso se acha acima do bem e do mal.

Em linguagem popular, o Dunga simplesmente mijou na Vênus Platinada ! Sugiro uma estátua para ele!!!

Após a poderosa Globo a mesma que levou o Collorido ao poder e depois o detonou por seus interesses, agora difama o Dunga, tá certo que o cara é meio Ogro, mas não teve o direito de se defender dos ataques em momento algum.

Falar mal do cara é liberdade de imprensa

Ouvir o cara não pode?

A reação do povo foi imediata.O editorial lido no programa "Fantástico", da Rede Globo, deu repercussão no mundo virtual. E pela primeira vez na história o Brasil inteiro apóia o técnico da Seleção. Só a Globo para conseguir isso...

Dentre os assuntos mais comentados no Twitter nesta segunda-feira (21), a frase "Cala boca, Tadeu Schmidt" era líder absoluta --superou até a antecessora "Cala Boca, Galvão", que liderou por dias seguidos os Trending Topics.

E não parou por ai. Em apoio ao técnico da seleção brasileira, os twiteiros lançaram o "DiaSemGlobo", que será nessa sexta-feira, quando o Brasil vai jogar com a seleção de Portugal, no encerramento da primeira fase da copa.

Todo mundo na Band, ou em outra emissora, não vamos sintonizar a Globo na sexta-feira, temos que começar a deixar de ser gado manso, mostrar que não somos trouxas manipuláveis

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um espectro ronda a Europa (além da crise): a luta de classes

O epicentro da crise internacional do capitalismo se deslocou para o centro, mais especificamente a Europa. O salvamento dos bancos feito pelo Estado está custando caro e ninguém tem saídas plausíveis senão a radical austeridade fiscal que vai contra a luta histórica dos trabalhadores e seus ganhos defensivos. Os déficits fiscais das economias do centro apontam em média para transbordar o 100% do PIB em dívida. Mas então, o que fazer? Vou fazer um breve apontamento sobre a atual crise européia a fim de solucionar alguns mal entendidos não apenas na ala do FMI, mas também de parte da esquerda.





A crise européia que já se escancarou na periferia (Grécia, Espanha, Portugal, Itália) tem como sua salvaguarda a França e, em especial, a Alemanha. O salvamento diante do “estado de emergência fiscal” visa à relação existente entre os déficits fiscais de grande parte dos países da zona do euro e os bancos franceses e alemães. Por mais que seu início se dê na Grécia, como apontamos, sua crise é um sintoma que emerge diante das profundas dificuldades bancárias que sustentam o euro. A questão é: o establishment europeu – Conselho Europeu, Comissão Européia e Banco Central Europeu – estão fazendo uma grande pressão sobre as economias periféricas impondo políticas de austeridade, redução salarial e da dívida pública a fim de ajudar a zona do euro a sair da recessão. Entretanto, essa estratégia é errônea. Tudo se passa como se problema fosse a falta de disciplina fiscal. Não existe uma exagero fiscal destes países tão grande. Todos eles têm os gastos e empregos públicos abaixo do UE-15 além do nível de salários que é bem menor do que em países como a França.





O grande segredo ocultado pelos veículos da mídia é que o problema da eurozona não está na periferia e sim no centro, mais especificamente na Alemanha. A economia alemã está em baixa durante muitos anos. Seus salários não tem aumentado durante os últimos quinze anos, conseqüência da medidas antisindicais de baixos salários tomada pelos governos de Gerhard Schoeder e Angela Merkel. Esse processo foi facilitado pelo ampla disponibilidade de trabalhadores procedentes da antiga Alemanha do Leste e os imigrante provindos do Leste Europeu. Assim, nos últimos quinze anos a inversões alemãs tem sido escassas (menores que nos países periféricos) e seu crescimento econômico foi lento (muito mais lento que os países periféricos). Além disso, a baixa na rendas do trabalho na Alemanha tem criando um grande problema de falta de demanda, conseqüência da falta de crescimento da massa salarial. Dessa forma, o crescimento econômico alemão foi baseado não no aumento da demanda interna e sim com o crescimento das exportações e a conseqüente acumulação de euros nos bancos alemães. E o que os bancos alemães fizeram com tanto euros? Uma delas é emprestá-lo para os países do mediterrâneo. Esse fluxo ajudou, por exemplo, os bancos espanhóis a estabelecer o complexo bancário-industrial-imobiliário que foi o motor da economia espanhola. Não é a toa que grande parte da dívida dos países da periferia é propriedade dos bancos alemães (e franceses).





Mas então, o que fazer? Como disse recentemente Boaventura de Sousa Santos, numa virada que parece deixar a pós-modernidade democrática como seu paradigma último, a luta de classes está de volta à Europa e em termos tão novos que os atores sociais estão perplexos e paralisados. Concordo plenamente. A esquerda européia ainda tem a dificuldade de não ter outros instrumentos de transformação social que apontem para um horizonte qualitativamente diferente de organização social senão os partidos sectários instalados, por exemplo, na Grécia.





Já apontamos em outros textos que a solução que esta sendo gestada no centro do capitalismo diante da crise é a superexploração do trabalho. Típica dos países dependentes agora a superexploração se torna a resposta do capital para atual crise também nos países de centro. Nunca os que trabalham trabalharam tanto e nunca lhes foi tão difícil identificarem-se como trabalhadores. Sua crescente organizção de trabalho horizontalizada inviabiliza a atuação de sindicatos verticais. Bem, essa saída da crise tem como dificuldade ainda maior para a esquerda sua impotencia, principalmente diante de sua tragédia reformista pós-11 de setembro. Os antigos instrumentos de luta histórica estão esgotados e agora nao fazem parte da solução, e sim do problema. Além disso, a resistência apenas dentro das economias nacionais é fraca demais diante da profundidade da crise. Assim, ou a resistência é européia ou não perderá na sua força. Diante dessas dificuldades organizacionais e estratégicas para a esquerda, uma virada a direita não pode nos assustar.



Fernando Marcelino