quinta-feira, 16 de abril de 2009

Feitores do Século XXI


A escravidão no Brasil parece que não terminou no final do século retrasado...
Práticas comuns do século XIX ainda são vistas direcionadas contra as pessoas humildes, o povo em geral.
A polícia e congêneres que a princípio deveriam cuidar da segurança e bem-estar da população, não perdem tempo e oportunidade de açoitar os desavisados.
Como nos tempos da escravidão, o castigo era praticado por escravos e libertos contra pessoas de sua própria cor e condição social.
Agentes ferroviários dando chicotada nos usuários (clientes que pagam pelo serviço e deveriam ser tratados com dignidade)!
Isto demonstra o descaso que as empresas privadas, concessionárias de serviço de utilidade pública, tratam seus usuários, justamente as pessoas que dão lucro à empresa. Na semana passada tivemos provas do descaso destas empresas com a diminuição do número de barcas circulando justamente no horário de pico. Passageiro indignados desejosos de voltar para casa após um dia estafante de trabalho simplesmente não encontraram embarcações suficientes para todos.
Está na hora das autoridades públicas reverem a concessão e o monopólio dessas empresas. Transporte deveria ser um serviço totalmente público!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Liberdade ou libertinagem da imprensa?

Chupado de Observatório da Imprensa

LEI DE IMPRENSA

Mistificações em torno da liberdade abstrata

Por Sylvia Moretzsohn em 7/4/2009


A causa da liberdade provoca paixões. Paixões que alucinam. Empolgado na defesa de sua proposta de abolição da Lei de Imprensa, na sessão em que o Supremo Tribunal Federal começava a discutir o tema, o deputado Miro Teixeira exagerou na metáfora clássica do "quarto poder": a imprensa não seria apenas representante do povo, seria o próprio povo. Assim resumiu O Globo a fala do deputado, na edição de quinta-feira (2/4):

"A imprensa são os olhos do povo. Requeiro que desapareça a possibilidade de pena a jornalista ou responsável pela publicação sempre que houver causalidade com o direito do povo e que nós possamos ter um país em que o povo possa controlar o Estado e não que o Estado possa controlar o povo, como temos hoje".

E o povo, como todo mundo sabe, "se vê" na Globo.

Caberia perguntar, então, qual o sentido da democracia e da realização regular de eleições diretas para os mais variados cargos legislativos e executivos do poder do Estado, qual o sentido da existência dos mais diversos movimentos sociais e organizações da sociedade civil, se quem nos representa – perdão: quem incorpora nossa identidade – são as empresas de comunicação?

Grandes empresas privadas de comunicação, segundo o modelo vigente no país.

Grandes empresas privadas podem ser a referência de expressão do interesse público?

Quem sabe a pergunta nem faça sentido, pois é forçoso reconhecer que, identificada com o "povo", a imprensa estabeleceria essa "linha direta" – portanto, sem mediações – comprometida com a expressão daquilo que outro deputado, em outra ocasião, chamou de "instintos mais primitivos". Afinal, o "povo" é assim.

Entretanto, vindo de quem vem, o raciocínio nem é tão surpreendente. Num passado relativamente recente, numa das muitas vezes em que os exageros televisivos expressavam precisamente esses "instintos" e levaram à discussão sobre a necessidade de se estabelecer limites para a programação, Miro Teixeira, então ministro das Comunicações, argumentava singelamente que "o melhor controle é o controle remoto" [CartaCapital, "Globo: questão de Estado", 1/10/2003]. Era uma declaração absolutamente coerente com a lógica neoliberal da democratic marketplace, na qual o cidadão é assimilado ao consumidor e o consumidor "tem sempre razão". Hoje, porém, com o abalo provocado por uma crise financeira global de consequências ainda imprevisíveis, conviria refrear um pouco esse ardor em torno do mercado.

Liberdade de expressão x liberdade de imprensa

Retornemos ao argumento original. Esse "direito do povo" a que o deputado se refere é o direito à liberdade de expressão, automaticamente identificado ao da liberdade de imprensa. Seria importante desfazer o equívoco, porque afinal se trata de duas coisas diferentes: bastaria indagar, por exemplo, se o jornalista funcionário de uma empresa goza de tal liberdade; ou mesmo se "o povo" não teria a sua liberdade de expressão restrita quando envia uma carta não publicada ou – nesses tempos de "cidadãos-repórteres" – manda uma colaboração ou denúncia que acaba descartada. (Neste segundo caso, a resposta óbvia é não, porque não há jornalismo sem edição, e editar significa fazer escolhas. Jornais devem zelar por sua linha editorial. Além disso, em qualquer suporte diferente da internet, têm espaço limitado).

Mas essa confusão é muito adequada quando se deseja tratar abstratamente desse tema tão delicado que é a liberdade de imprensa, esquecendo-se convenientemente as condições concretas em que se pratica o jornalismo e os interesses envolvidos no negócio da imprensa, especialmente num contexto de forte concentração dos meios de comunicação.

veja texto completo no Observatório da Imprensa

sábado, 11 de abril de 2009

Os Judas estão à solta - Cuidado!









São muitos os judas, escolha um para malhar!

Hoje é dia de malhar os Judas...








Sábado de Aleluia, tradicionalmente, é o dia de malhação do Judas. Mas, coitado do cara, ele merece ser tão malhado? Acho que trata-se mais de um bode expiatório que esconde os verdadeiros crápulas. Os traidores estão à solta!

Pedro Luís e a Parede


O novo trabalho de Pedro Luís e a Parede está imperdível!
Eis uma palhinha do trabalho: duas canções sensacionais!!!!

Santo Samba
Pedro Luís & A Parede
Composição: Pedro luis

Parei pra pensar um pouco
Quão louco que está o mundo
Do jeito que as coisas andam
Um dia ainda largo tudo

Os Santos estão pirando
Não dão conta da demanda
Se eles sartam de banda
Nos resta seguir cantando

Deixo as mágoas para trás
Deixo tudo que não presta
Desligo os problemas
E chamo os amigos pra fazer a festa

Vou cuidar de sambar
Vou cantar pra valer
O samba é um santo remédio
Pra quem quer viver




4 horizontes
Pedro Luís & A Parede
Composição: Pedro Luis e Lenine

É que no fim da estrada
Eu vejo quatro horizontes
Há mar
Há montes de histórias
Mistérios
Sedes distintas

Aquilo que te sacia
Pra mim é um três por quatro
O que retrata meu medo
Pra você não tem segredo

O que pra ti é degredo
Pro outro é porto seguro
Seu furo de reportagem
Pra nós é mera bobagem

Viagem sem paradeiro
Nos faz tão perto e distantes
Depois da minha chegada
Sua partida, seu antes

Estrada de quatro sentidos
Encruzilhada de destinos
Quanto mais flor mais mulher
Quanto mais velho mais menino

Ponto Enredo
Batucada é (instrumentos usados no disco):
Alfaia, atabaque, baixo, baixo véio, baixo fretless, barril, bateria, bateria de 1ª, 2ª e 3ª, blateria, caixa, caixa de lata, caixa sem esteira, caixocalho, carreteiro, cavacão, cavaco, caxixi, chapa galvanizada, chocalho, congas, cowbell, cuíca, ganzá, guiro, guitarra, guitarra de 10 cordas, naipe de agogôs, naipe de ferros, naipe de pratos, pandeirada, pandeiro, pratos, quinto, reco-reco, repique, repique de anel, rocar, space reco, surdo, tamborins, triângulo, tumbadora, violão de 12 cordas, violão de aço, violoão wah-wah, violões, zabumba, zabumbatera, 101 takes de guitarra.

Destaque para a benção final de Léo Leobons, cantando e comandando o trio de batás, formado por ele, Léo Saad e João Gabriel, no Aro de Yemanjá que fecha o cd.

Release por Hugo Sukman
“Ponto enredo” poderia até ser classificado como um disco de samba - O disco de samba de Pedro Luís e A Parede - tal a profusão e a variedade com que o santo ritmo brasileiro é evocado neste quinto CD do conjunto carioca. Cantor e grupo, no entanto, modestamente preferem não falar o nome do santo gênero em vão. “Não somos um grupo de samba e venho notando que hoje em dia ele vem sendo utilizado como subterfúgio para classificar quem faz simplesmente música brasileira”, conceitua Pedro. “E ‘Ponto enredo’ é isso, um disco de música afro-brasileira ampla, que é característica da Parede, com muito samba e influência afro-cubana, e aquele peso rock’n’roll. Mas o fato é que, por diversos motivos, tenho composto muitos sambas e isso se reflete no repertório do disco”.

O samba, de fato, entra pela porta da frente de “Ponto enredo”. Senão ouçam o partido alto “Ela tem a beleza que nunca sonhei”, com direito a participação especial do mestre contemporâneo do gênero, Zeca Pagodinho, do violão de Paulão 7 Cordas (diretor musical dos shows de Zeca) e de Serginho Trombone. Notem como a parede percussiva da Parede (com inovadora pandeirada dando o molho) renova o samba sem descaracterizá-lo; como a guitarra elétrica do convidado Leo Saad convive bem com o cavaquinho de Pedro conduzindo a harmonia; como o baixo melódico e “pesado” de Mario Moura dialoga com o trombone, como enfim o partido alto de Pedro está gostoso e diferente relido pela Parede.

Na letra, evidentemente dedicada a uma musa que se relaciona com a tradição musical brasileira, o samba em primeiro lugar, Pedro revela nas entrelinhas o porquê de tanto samba no disco: “Contou-me lindas histórias/Cantou as belas memórias/De seu álbum de canções”.

O samba abre o disco. Ou melhor, um “Santo samba”, espécie de manifesto tanto na letra (“Vou cuidar de sambar/ Vou cantar pra valer/ O samba é um santo remédio/ Pra quem quer viver”), que invoca o gênero como motivo de festa e antídoto para os problemas do mundo, como na estética, desejada pela Parede nos seus já mais de dez anos de carreira, de um novo samba de pegada pop. O samba pop aliás, permeia as produções do grupo nos quatro CDs já lançados, mas também no trabalho paralelo de renovação do repertório carioca de carnaval feito no Monobloco , criado e conduzido pelos Integrantes da PLAP (Pedro Luís e A Parede).

No decorrer do disco, o samba reaparece com diversas roupagens. Vem como samba-de-roda em “Mandingo”, parceria de Pedro Luís com o baiano do Recôncavo Roque Ferreira, talvez o maior expoente atual do gênero, fornecedor de sucessos para Zeca Pagodinho, como “Água da minha sede” e “Samba pras moças”. Vem em forma de “samba de velho” (como define Pedro o samba tradicional) em “4 horizontes”, parceria com o produtor do disco, Lenine. E vem também como samba-funk em “Tem juízo mas não usa”, parceria de Pedro com o também pernambucano Lula Queiroga. Ou num samba calangueado como “Cantiga”, que Pedro sacou do poema de Manuel Bandeira. Ou ainda no samba-heavy (definição de Pedro) “Repúdio”, parceria com o letrista paulista Carlos Rennó, a letra sofisticada – toda com rimas paroxítonas – e direta.

São sambas, sim, mas com todo o molho da Parede. Notem o peso que A Parede dá a “Mandingo”, um samba-de-roda já diferentão em seu tom menor. “4 horizontes”, originalmente composto para o filme “Diabo a 4”, comédia de Alice Andrade, é um samba tradicional que também ganha peso percussivo e vocal de um Lenine com jeito nordestino. Em “Tem juízo mas não usa”, a Parede usa todo seu repertório percussivo e todos os efeitos e recursos eletrônicos de estúdio, delays, reprocessamentos, etc. sob a batuta do MiniStereo (Rodrigo Campello e Junior Tostoi)

“Cantiga”, samba com influência do calango mineiro-baiano, como tantos de Martinho da Vila e Roque Ferreira, é um achado que segue a linha conceitual do disco, a do samba como antídoto para toda tristeza e falta de esperança, a despeito do sutil duplo sentido do poema de Bandeira (que usa o mar como metáfora da morte): “Quero ser feliz/ Nas ondas do mar/ Quero esquecer tudo/ Quero descansar”. A presença do candomblé (“Quem vem me beijar?/ Quero a estrela d’Alva/ Rainha do mar”) e o clima de samba-de-roda à beira-mar são outras características recorrentes.

O molho afro-cubano-brasileiro que caracteriza A Parede é protagonista da canção que dá título ao disco, “Ponto enredo”. Situada na longa tradição da relação entre música brasileira e as religiões de matriz africana, “Ponto enredo” está mais para umbanda na primeira parte, mais para candomblé na segunda. Notem a influência de um Noriel Vilela na primeira, de uma Clara Nunes na segunda. O baixo criativo de Mario Moura, lindo, melódico, dialoga à perfeição aqui com a bateria de C.A. Ferrari, a tumbadora de Celso Alvim, as congas de Sidon Silva, A Parede numa das gravações mais coesas do disco. “Ponto enredo”, inventiva já na proposta do novo subgênero musical proposto no título, foi composta por Pedro para uma encenação de “Sonhos de uma noite de verão”, de Shakespeare, pelo grupo teatral Nós do Morro, formado por atores da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, o que reforça ainda mais a vocação híbrida da música e de todo trabalho de Pedro Luís e A Parede.

O afro-cubano também influencia o samba “Cabô”, antiga parceria de Pedro com Zé Renato. Outro samba-de-roda de beira de praia, ganha contornos africanos nos vocais de inspiração juju music e no tratamento percussivo. Em faixa oculta anexada a esta, com a participação de Leo Leobons - mestre da linguagem dos tambores de Cuba, o disco é fechado com “Aro de Iemanjá”, domínio público oriundo do folclore cubano todo executado por batás, tambores sagrados da ilha do Caribe. “, Não há como trabalhar com percussão sem passar pela música afro-cubana e afro-brasileira”, diz Pedro.

Outros gêneros musicais fazem, no entanto, parte da pesquisa d’A Parede e de “Ponto enredo”. “Luz da nobreza” é uma linda folia de reis, mais um fruto da parceria de Pedro com Zé Renato, que conta a participação especial de Roberta Sá, num belo e melodioso contracanto. “Animal” é uma canção blueseada, em parceria com Suely Mesquita, na qual A Parede trabalha com compassos 6/8 – sem fugir da sua linguagem percussiva de influência afro-cubana.

Produzido pelo parceiro de longa data, Lenine, o disco tem um formato musical poderoso e rigoroso, o(s) samba(s) relido(s) pelo filtro pop e afro-cubano de Pedro Luís e A Parede, com letras gregárias, que chamam o ouvinte para a festa, para repudiar o que há de ruim e celebrar a vida. Ou, como ensina “Santo samba”: “Vou cuidar de sambar/ Vou cantar pra valer/ O samba é um santo remédio/ Pra quem quer viver”.

Miniconto de Celso Lungaretti


UM MINICONTO
O NOVÍSSIMO TESTAMENTO

Era Deus. E como Se enfadasse na eterna contemplação do Seu umbigo, criou o Céu e a Terra. Fez brotarem as plantas e nascerem os animais. E, à Sua imagem e semelhança, engendrou o homem. "Deveria ter tomado uma cervejinha antes de toda essa trabalheira", pensou Ele.

Mas, Sua criação estava imperfeita. De que lhe valia esse panaca pelado a coçar eternamente o saco? Precisava pôr um pouco de ação no Paraíso terreno, caso contrário teria de agüentar uma chatice infernal.

Se fosse um diretor de cinema estadunidense, produziria uns vilãos quaisquer que parecessem ameaçar o way of life da única nação que importa no mundo, botando Adam para caçá-los com requintes de extrema violência. "Negativo. Para Minha biografia ficar bem bíblica, é melhor que nada Me vincule à linhagem de Átila, Hitler ou George W. Bush."

Também Lhe passou pela cabeça duplicar Adão e ficar vendo menino brincar com menino. Mas, desistiu: "Isso começa num mero troca-troca, mas acaba virando parada de orgulho gay. E a Igreja que fundarão em Meu Nome vai falir de tanto pagar indenizações por assédio de menores..."

Então, só lhe restou criar o oposto, dando o pontapé inicial na dialética. "A Teologia da Libertação vai ficar me devendo essa."

Mas, sendo Uno, o Criador não suportou assistir à livre interação dos princípios masculino e feminino. Ficou com ciúmes dessa complementação perfeita, com Adão e Eva tendo a cada instante a alegria de descobrir amorosamente a si e ao outro.

"Vou acabar com essa bem-aventurança toda", decidiu Deus, ao distribuir as tarefas do dia para Satã.

Bastou uma maçã, e pronto! Homem e mulher nunca mais se deram tão bem nem foram tão felizes juntos.

E Deus, contemplando in seculo seculorum as disputas banais da força contra a intriga, foi ficando tão bobo como os espectadores das novelas da Globo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Fujimori free

Caras de pau, em todo lugar tem um monte. E por falar nisso, não é que a onda dos amigos da Eliana Trambichese pegou também no Peru?
Agora querem livrar a cara do marginal amigo do FHC. Quanto cinismo dessa gente!

veja postagem completa em: Língua de Trapo