quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Alimentação através dos tempos - parte 4


O artigo de Mireille Corbier nos ajuda a debater, dentro do conceito de cultura sugerido por Edward Leach, a diversidade da sociedade romana, ajudando a compreendê-la. Os hábitos alimentares nos dizem muito sobre a cultura de uma sociedade. Desse modo, podemos fazer inferências a outras culturas e perceber ideologias, preconceitos, estranhamentos de uma sociedade em relação a outras nas diferenças alimentares. Um bom exemplo disto encontra-se na Odisséia de Homero, quando Odisseus astutamente embriaga o Ciclope, o qual, por ser bárbaro, não sabia misturar água ao vinho, e, desse modo, é ludibriado pelo herói (HOMERO, Odisséia IX, vv. 347-369).
Como foi anteriormente mencionado, a alimentação é questão básica que perpassa todos os modos de agir do homem no tempo. Uma questão tão importante para os gregos que, na mitologia, tratava-se de fator primordial para separar os homens dos deuses. Segundo Vernant, “os homens vão se alimentar de pão, vinho e carne ritualmente sacrificada, enquanto os deuses não se alimentam, ou melhor, eles absorvem um alimento de imortalidade, que lhes dá vitalidade interior, a qual, ao contrário da dos homens, jamais se esgota e desconhece o cansaço” (VERNANT, 2000, p. 33)
Assim, o tema tratado é de enorme pertinência para o estudo da cultura e da formação das sociedades a partir de seu cotidiano

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