Estamos inaugurando esta seção dedicada a comentar músicas e autores cujas obras, não obstante algumas hoje esquecidas, deixaram uma marca indelével na nossa história. Nessa edição, trataremos das possibilidades de usos de um artefato cultural. No caso, a reabilitação do samba na década de 1940 pelo governo de Getúlio Vargas. De música proibitiva (típica de marginais e desocupados) a cartão de visitas oficial do regime. Note como a letra de Assis Valente exalta o trabalho a disciplina e a civilidade como corolário do varguismo.
Recenseamento
Em 1940
lá no morro começaram o recenseamento
E o agente recenseador
esmiuçou a minha vida
que foi um horror
E quando viu a minha mão sem aliança
encarou para a criança
que no chão dormia
E perguntou se meu moreno era decente
se era do batente ou se era da folia
Obediente como a tudo que é lei
fiquei logo sossegada e falei então:
O meu moreno é brasileiro, é fuzileiro,
é o que sai com a bandeira do seu batalhão!
A nossa casa não tem nada de grandeza
nós vivemos na fartura sem dever tostão
Tem um pandeiro, um cavaquinho, um tamborim,
um reco-reco, uma cuíca e um violão
Fiquei pensando e comecei a descrever
tudo, tudo de valor
que meu Brasil me deu
Um céu azul, um Pão de Açúcar sem farelo
um pano verde e amarelo
Tudo isso é meu!
Tem feriado que pra mim vale fortuna
a retirada da Laguna vale um cabedal!
Tem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahia
um conjunto de harmonia que não tem rival
Tem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahia
um conjunto de harmonia que não tem rival
O samba “Recenseamento” foi um grande sucesso de Assis Valente na voz de Carmem Miranda, no ano de 1941. Nele percebemos diversas questões presentes na ideologia do Estado Novo.
Informações, curiosidades, comentários, pontos-de vista... Este é o nosso blog, vamos fazer ouvir a voz da minoria que não se resigna; a "minoria" ruidosa!
sábado, 24 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Cinema - crítica
ROMANCE, de Guel Arraes.
Confesso que não assisti "Romance" e, provavelmente, não devo ser feliz no comentário que farei a seguir, mas insisto em fazê-lo. Sempre gostei de cinema nacional. Sempre me disseram que era mal feito e tecnicamente precário e tal, mas eu sempre ficava entusiasmado em ver a "cara do Brasil" no cinema. E isso não era só filmes com temáticas puramente sociais mas também nas comédias mais despretenciosas. No entanto, nos últimos anos, quando o cinema nacional entrou no esquema de grandes e regulares produções, sinto que algo se perdeu. Reitero, devo estar errado! Porém, essas produções muito certinhas com atores globais (atores de novela que você está cansado de ver todo dia na telinha) me cansa e não me causam muita expectativa. Claro, tem coisas surpreendentes, mas a maioria dessas produções, quando não fala da violência das classes marginais e da miséria folclórica nordestina, são comédias de costumes totalmente dispensáveis. Guel Arraes é um desses realizadores que bebiam no filão do realismo fantástico tupiniquim. Talvez esse filme seja algo relevante feito por este sujeito, pois os anteriores ("O alto da Compadecida", etc) não passavam de bobagem. O monopólio dos atores globais na maioria das produções é outro ponto negativo. Eu gostaria de ver mais caras novas no cinema.
Bem, repito, talvez o problema seja comigo e não com as novas produções nacionais.
Confesso que não assisti "Romance" e, provavelmente, não devo ser feliz no comentário que farei a seguir, mas insisto em fazê-lo. Sempre gostei de cinema nacional. Sempre me disseram que era mal feito e tecnicamente precário e tal, mas eu sempre ficava entusiasmado em ver a "cara do Brasil" no cinema. E isso não era só filmes com temáticas puramente sociais mas também nas comédias mais despretenciosas. No entanto, nos últimos anos, quando o cinema nacional entrou no esquema de grandes e regulares produções, sinto que algo se perdeu. Reitero, devo estar errado! Porém, essas produções muito certinhas com atores globais (atores de novela que você está cansado de ver todo dia na telinha) me cansa e não me causam muita expectativa. Claro, tem coisas surpreendentes, mas a maioria dessas produções, quando não fala da violência das classes marginais e da miséria folclórica nordestina, são comédias de costumes totalmente dispensáveis. Guel Arraes é um desses realizadores que bebiam no filão do realismo fantástico tupiniquim. Talvez esse filme seja algo relevante feito por este sujeito, pois os anteriores ("O alto da Compadecida", etc) não passavam de bobagem. O monopólio dos atores globais na maioria das produções é outro ponto negativo. Eu gostaria de ver mais caras novas no cinema.
Bem, repito, talvez o problema seja comigo e não com as novas produções nacionais.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Política e religião: mistura indigesta!
A questão católica é um interessante tema de discussão nesses tempos de fundamentalismos de múltiplas tonalidades. Muita gente razoavelmente bem informada historicamente pode se perguntar como alguém em seu juízo perfeito pode ser católico hoje em dia, já que a Igreja cometera diversas iniqüidades ao longo de sua história, principalmente durante as Cruzadas e nos diversos processos inquisitórios e, mais recentemente, apoiara os mais brutais líderes de extrema direita da Europa e inúmeras ditaduras latino-americanas.
Causa-nos extraordinário espanto notar o fato de como um poder como o papado e os dogmas católicos mais arraigados tenham sobrevivido e, em vários aspectos, se fortalecido mesmo após todas as conturbações políticas e filosóficas dos séculos XVIII e XIX. Levando-se em conta que nem sempre o poder da Igreja era centralizado no Vaticano, ou seja, houve um tempo em que a autoridade da Igreja católica era amplamente distribuída pelos grandes concílios históricos e incontáveis teias de critério local. Durante mais de dois milênios a supremacia romana foi mais um supremo tribunal de recursos do que uma autocracia singular. A ideologia da supremacia papal, presente em nossa memória viva, é uma invenção do final do século XIX e início do século XX.
No contexto de formação dos Estados nacionais, a maioria dos Estados em formação estava propensa a separar a Igreja do Estado e, neste ínterim, a instituição tornou-se alvo de opressão na Europa durante a maior parte do século XIX: suas propriedades e riquezas eram sistematicamente saqueadas; as ordens religiosas e o clero foram privados de sua esfera de ação; as escolas passaram a ser controladas pelo Estado ou foram fechadas. Em meio a essas vicissitudes, a Igreja enfrentou um conflito interno entre os que insistiam numa supremacia papal absolutista do centro romano e os que defendiam uma maior distribuição de autoridade entre os bispos. A primeira tendência (“ultramontana”) saiu triunfante e sacramentada pelo I Concílio Vaticano, em 1870. Nesse Concílio, o papa foi declarado infalível em questões de fé e moral, assim como o incontestável primaz – o supremo líder espiritual e administrativo da Igreja. Na verdade, uma espécie de prêmio de consolação, já que era uma delimitação de limites mais do que infalibilidade e supremacia. Nas três décadas que se seguiram, a Igreja ultramontana prosperou e se fortaleceu. Havia um senso revigorante de lealdade, obediência e fervor. O renascimento da filosofia cristã de São Tomás de Aquino proporcionava a percepção de um bastião contra as idéias modernas e uma defesa da autoridade papal. Na primeira década do século XX, no entanto, os conceitos da infalibilidade e supremacia papais se tornaram indistintos. Um instrumento legal e burocrático transformara o dogma numa ideologia de poder papal sem precedentes na longa história da Igreja de Roma.
O pontificado de Pio XII foi a apoteose da supremacia papal. No entanto, esse poder foi se consolidando aos poucos, ainda quando Pio XII ainda era Eugênio Pacelli, um diplomata do Vaticano que ajudou a consolidar uma ideologia na qual transformou a Igreja numa instituição monolítica e triunfalista, principalmente após a Segunda Guerra, em contraposição direta ao comunismo, tanto na Itália como além da Cortina de Ferro.
Quando as estruturas internas e a moral da Igreja católica começaram a apresentar sinais de fragmentação e decadência, nos anos finais de Pio XII, houve um anseio de reavaliação e renovação. O II Concílio Vaticano foi convocado em 1962, por João XXIII, que sucedeu Pacelli em 1958, justamente para rejeitar o modelo de Igreja monolítica e centralizada de seus antecessores, de preferência em favor de uma comunidade descentralizada e humana, sempre em movimento.
No entanto, o centrismo papal e do Vaticano não aceitou os novos tempos com facilidade. Por meio de manobras abertas e clandestinas a Igreja de Pio XII vem se reafirmando e confirmando um modelo piramidal – a supremacia de um homem de batina branca determinando tudo da solidão de seu pináculo. Essas forças ressurgiram para desafiar as resoluções do II Concílio Vaticano e criaram tensões. A paisagem antiga mais uma vez reapareceu e o II Concílio Vaticano é agora interpretado em Roma muito mais no espírito do I Concílio Vaticano e no contexto do modelo de catolicismo de Pio XII.
Fonte:
CORNWELL, John. O papa de Hitler – a historia secreta de Pio XII. Rio de Janeiro: Imago Ed, 2000.
Causa-nos extraordinário espanto notar o fato de como um poder como o papado e os dogmas católicos mais arraigados tenham sobrevivido e, em vários aspectos, se fortalecido mesmo após todas as conturbações políticas e filosóficas dos séculos XVIII e XIX. Levando-se em conta que nem sempre o poder da Igreja era centralizado no Vaticano, ou seja, houve um tempo em que a autoridade da Igreja católica era amplamente distribuída pelos grandes concílios históricos e incontáveis teias de critério local. Durante mais de dois milênios a supremacia romana foi mais um supremo tribunal de recursos do que uma autocracia singular. A ideologia da supremacia papal, presente em nossa memória viva, é uma invenção do final do século XIX e início do século XX.
No contexto de formação dos Estados nacionais, a maioria dos Estados em formação estava propensa a separar a Igreja do Estado e, neste ínterim, a instituição tornou-se alvo de opressão na Europa durante a maior parte do século XIX: suas propriedades e riquezas eram sistematicamente saqueadas; as ordens religiosas e o clero foram privados de sua esfera de ação; as escolas passaram a ser controladas pelo Estado ou foram fechadas. Em meio a essas vicissitudes, a Igreja enfrentou um conflito interno entre os que insistiam numa supremacia papal absolutista do centro romano e os que defendiam uma maior distribuição de autoridade entre os bispos. A primeira tendência (“ultramontana”) saiu triunfante e sacramentada pelo I Concílio Vaticano, em 1870. Nesse Concílio, o papa foi declarado infalível em questões de fé e moral, assim como o incontestável primaz – o supremo líder espiritual e administrativo da Igreja. Na verdade, uma espécie de prêmio de consolação, já que era uma delimitação de limites mais do que infalibilidade e supremacia. Nas três décadas que se seguiram, a Igreja ultramontana prosperou e se fortaleceu. Havia um senso revigorante de lealdade, obediência e fervor. O renascimento da filosofia cristã de São Tomás de Aquino proporcionava a percepção de um bastião contra as idéias modernas e uma defesa da autoridade papal. Na primeira década do século XX, no entanto, os conceitos da infalibilidade e supremacia papais se tornaram indistintos. Um instrumento legal e burocrático transformara o dogma numa ideologia de poder papal sem precedentes na longa história da Igreja de Roma.
O pontificado de Pio XII foi a apoteose da supremacia papal. No entanto, esse poder foi se consolidando aos poucos, ainda quando Pio XII ainda era Eugênio Pacelli, um diplomata do Vaticano que ajudou a consolidar uma ideologia na qual transformou a Igreja numa instituição monolítica e triunfalista, principalmente após a Segunda Guerra, em contraposição direta ao comunismo, tanto na Itália como além da Cortina de Ferro.
Quando as estruturas internas e a moral da Igreja católica começaram a apresentar sinais de fragmentação e decadência, nos anos finais de Pio XII, houve um anseio de reavaliação e renovação. O II Concílio Vaticano foi convocado em 1962, por João XXIII, que sucedeu Pacelli em 1958, justamente para rejeitar o modelo de Igreja monolítica e centralizada de seus antecessores, de preferência em favor de uma comunidade descentralizada e humana, sempre em movimento.
No entanto, o centrismo papal e do Vaticano não aceitou os novos tempos com facilidade. Por meio de manobras abertas e clandestinas a Igreja de Pio XII vem se reafirmando e confirmando um modelo piramidal – a supremacia de um homem de batina branca determinando tudo da solidão de seu pináculo. Essas forças ressurgiram para desafiar as resoluções do II Concílio Vaticano e criaram tensões. A paisagem antiga mais uma vez reapareceu e o II Concílio Vaticano é agora interpretado em Roma muito mais no espírito do I Concílio Vaticano e no contexto do modelo de catolicismo de Pio XII.
Fonte:
CORNWELL, John. O papa de Hitler – a historia secreta de Pio XII. Rio de Janeiro: Imago Ed, 2000.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
História de São Sebastião
Mártir cristão, nascido segundo alguns em Milão, cidade de sua mãe, e segundo outros em Narbona, terra natal de seu pai, sendo sua festa celebrada a 20 de janeiro. Passou a maior parte de sua vida em Roma, ao tempo do imperador Diocleciano. Soldado do exército romano, chegou a alcançar o comando de uma coorte de pretorianos. Por ser cristão e divulgar sua doutrina, foi denunciado e preso.
Diocleciano tentou em vão dissuadi-lo, condenando-o à morte, sentença que os arqueiros se encarregaram de cumprir. Crivado de flechas, São Sebastião foi encontrado por Irene, uma cristã, que, ao retirá-lo da árvore onde seus algozes o haviam amarrado, verificou que o corpo do mártir ainda estava com vida. Conduzido à casa de Irene, São Sebastião se restabeleceu em poucos dias.
Insensível às súplicas dos cristãos, apresentou-se ao imperador, que, desta vez, ordenou fosse açoitado até morrer (c. 255). Seu cadáver, jogado na cloaca de Roma, foi outra vez descoberto por uma mulher, Lucina, a quem o santo apareceu em sonho, pedindo que o sepultasse nas catacumbas, ao lado dos apóstolos.
Próximo a este lugar, junto à via Ápia, foi posteriormente construída uma basílica em sua honra. Esta, durante a Idade Média, tornou-se centro popular de devoção e peregrinações. Em Portugal há pelo menos, 92 igrejas que o têm por orago. No Brasil é padroeiro de 144 paróquias, inclusive na cidade do Rio de Janeiro, cujo nome canônico é São Sebastião do Rio de Janeiro. Justifica-se a adoção desse nome pelo fato de que a primeira grande vitória das armas portuguesas contra os franco-tamoios, na região da Guanabara - a batalha de Uruçumirim -, travou-se a 20 de Janeiro
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_(santo)
Diocleciano tentou em vão dissuadi-lo, condenando-o à morte, sentença que os arqueiros se encarregaram de cumprir. Crivado de flechas, São Sebastião foi encontrado por Irene, uma cristã, que, ao retirá-lo da árvore onde seus algozes o haviam amarrado, verificou que o corpo do mártir ainda estava com vida. Conduzido à casa de Irene, São Sebastião se restabeleceu em poucos dias.
Insensível às súplicas dos cristãos, apresentou-se ao imperador, que, desta vez, ordenou fosse açoitado até morrer (c. 255). Seu cadáver, jogado na cloaca de Roma, foi outra vez descoberto por uma mulher, Lucina, a quem o santo apareceu em sonho, pedindo que o sepultasse nas catacumbas, ao lado dos apóstolos.
Próximo a este lugar, junto à via Ápia, foi posteriormente construída uma basílica em sua honra. Esta, durante a Idade Média, tornou-se centro popular de devoção e peregrinações. Em Portugal há pelo menos, 92 igrejas que o têm por orago. No Brasil é padroeiro de 144 paróquias, inclusive na cidade do Rio de Janeiro, cujo nome canônico é São Sebastião do Rio de Janeiro. Justifica-se a adoção desse nome pelo fato de que a primeira grande vitória das armas portuguesas contra os franco-tamoios, na região da Guanabara - a batalha de Uruçumirim -, travou-se a 20 de Janeiro
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_(santo)
sábado, 17 de janeiro de 2009
Filmes interessantes
Terráqueos - O Filme.
TERRÁQUEOS (Earthlings) é um filme-documentário sobre a absoluta dependência da humanidade em relação aos animais (para estimação, alimentação, vestuário, diversão e desenvolvimento científico), mas também ilustra nosso completo desrespeito para com os assim chamados "provedores não-humanos". Este filme é narrado por Joaquin Phoenix (GLADIADOR) e possui trilha sonora composta pelo artista Moby. Com um profundo estudo dentro das pet-shops, criatórios de filhotes e abrigos de animais, bem como em fazendas industriais, no comércio de couro e peles, indústria de esporte e entreterimento, e finalmente na carreira médica e científica, TERRÁQUEOS usa câmeras escondidas e filmagens inéditas para narrar as práticas diárias de algumas das maiores indústrias do mundo, as quais dependem de animais para lucrar. Impactante, informativo e provocando reflexões, TERRÁQUEOS é de longe o mais completo documentário jamais produzido sobre a conexão entre natureza, animais, e interesses econômicos. Há vários filmes importantes sobre os direitos dos animais, mas este supera os demais. TERRÁQUEOS tem que ser assistido. Altamente recomendado!
TERRÁQUEOS (Earthlings) é um filme-documentário sobre a absoluta dependência da humanidade em relação aos animais (para estimação, alimentação, vestuário, diversão e desenvolvimento científico), mas também ilustra nosso completo desrespeito para com os assim chamados "provedores não-humanos". Este filme é narrado por Joaquin Phoenix (GLADIADOR) e possui trilha sonora composta pelo artista Moby. Com um profundo estudo dentro das pet-shops, criatórios de filhotes e abrigos de animais, bem como em fazendas industriais, no comércio de couro e peles, indústria de esporte e entreterimento, e finalmente na carreira médica e científica, TERRÁQUEOS usa câmeras escondidas e filmagens inéditas para narrar as práticas diárias de algumas das maiores indústrias do mundo, as quais dependem de animais para lucrar. Impactante, informativo e provocando reflexões, TERRÁQUEOS é de longe o mais completo documentário jamais produzido sobre a conexão entre natureza, animais, e interesses econômicos. Há vários filmes importantes sobre os direitos dos animais, mas este supera os demais. TERRÁQUEOS tem que ser assistido. Altamente recomendado!
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Aniversário de "Led Zeppelim I"
Uma das estreias mais importantes da história do rock n' roll aconteceu há exatos 40 anos. No dia 12 de janeiro de 1969, chegava às lojas o álbum "Led Zeppelin", o primeiro da discografia do conjunto formado por Robert Plan, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham. No mesmo ano, o grupo ainda lançou o segundo disco, "Led Zeppelin II".Com a sua mistura única de rock, blues, folk e heavy-metal, o primeiro álbum do Led Zeppelin apresenta um clássico seguido do outro, em um fôlego impressionante. Do rock n' roll básico de "Good Times Bad Times" e de "Comunication Breakdown" (essa última, quase punk), passando pelo petardo "Babe I'm Gonna Leave You", pelos blues "You Shook Me" e "I Can't Quit You Baby", pela folk "Black Mountain Side" e pelos orgasmos sonoros experimentais de "Dazed And Confused" e "How Many More Times", "Led Zeppelin" é o que se pode chamar de disco perfeito.Gravado em outubro de 1968, no Olympic Studios, em Londres, o álbum foi produzido pelo próprio guitarrista Jimmy Page. Como geralmente acontecem com os discos clássicos, no início, "Led Zeppelin" não foi bem recebido pela crítica.Mas o público não se importou muito, e o disco vendeu bastante, alcançando a 10ª posição da parada da Billboard. O álbum permaneceu 73 semanas no Top 200 norte-americano, e 79 no britânico. Em 2003, a revista Rolling Stone elegeu o disco como o 29º mais importante de todos os tempos. Quatro anos depois, a revista britânica Q divulgou uma lista dos 21 álbuns que havia mudado a história da música. "Led Zeppelin" ficou na sexta colocação."Led Zeppelin" começou a ser composto durante uma excursão em setembro de 1968, pela Escandinávia. Nas apresentações, a banda, que se chamava The New Yardbirds, mostrou canções como "Communication Breakdown", "I Can't Quit You Baby", "You Shook Me", "Babe I'm Gonna Leave You" e "How Many More Times". Todas entraram no disco de estreia do Led, que foi gravado e mixado em apenas 36 horas, segundo o guitarrista Jimmy Page.Os shows na Escandinávia, certamente, foram o motivo de tamanha rapidez. "A banda começou a desenvolver os arranjos na turnê e eu já sabia o som que queria quando entramos em estúdio. Foi inacreditavelmente rápido", afirmou Page. Outro detalhe é que, como a banda ainda não havia assinado contrato com a gravadora Atlantic, todas as despesas de estúdio eram pagas pelos próprios músicos. Os custos com a gravação chegaram ao valor de 1.782 libras."Led Zeppelin" foi um dos primeiros discos da história a ser lançado somente no formato estéreo. Na época, o mais comum era que os discos chegassem às lojas tanto em estéreo quanto em mono.A foto da capa mostra um imenso Zeppelin que, à época, gerou muitas interpretações diferentes. Greg Kot, crítico da Rolling Stone afirmou: "A capa do disco mostra um zepelim em toda a sua glória fálica, caindo em chamas. A imagem faz um bom trabalho ao encapsular a música que havia no disco: sexo, catástrofe e novas coisas soprando".
Vamos ouvir "Led Zeppellin I a toda altura!
Vamos ouvir "Led Zeppellin I a toda altura!
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Fraude Editorial
A Professora Doutora Regina Bustamante (PPGHC-UFRJ) já havia alertado sobre este problema:
Enviado pelo Prof. Doutor Paulo Martins (USP):
Subject: Estelionato no Brasil e Paul Veyne
Engodo Editorial ou Estelionato Acadêmico ou simplesmente uma vergonha por enganado?
Paul Veyne é o historiador que melhor trata da Antiguidade. Seus textos são deliciosos, sofisticados, sutis, irônicos, saborosos, precisos, enfim, riquíssimos tanto na forma, como no conteúdo. O historiador francês de 79 anos é um dos principais especialistas em Antigüidade e professor emérito do prestigiado Collège de France, onde lecionou de 1975 a 1998, na cadeira de História de Roma.
Entre os textos de sua vasta obra, temos: Comment on écrit l'histoire : essai d'épistémologie , Le Seuil, 1970; Le pain et le cirque , Le Seuil, 1976; L'inventaire des différences , Le Seuil, 1976; Les Grecs ont-ils cru à leurs mythes ? , Le Seuil, 1983; L'élégie érotique romaine , Le Seuil, 1983; Histoire de la vie privée, vol. I , Le Seuil, 1987; La société romaine , Le Seuil, 1991; Sexe et pouvoir à Rome , Tallandier, 2005 e L'empire gréco-romain , Le Seuil, 2005.
Nós, tupiniquins, entretanto, em língua vernácula, temos acesso direto, salvo engano, a apenas alguns desses escritos. Lembro-me de: O inventário das diferenças ; Como se escreve a história ; Acreditavam os gregos em seus mitos? ; A elegia erótica romana ; História da vida privada volume I e O Império greco-romano . É desse último que pretendo tratar.
Esperado por aqueles que se interessam por História Romana com ansiedade, o livro em si, como não poderia deixar de ser, é magnífico. Trata de um mito acadêmico, a separação das cadeiras das disciplinas de grego e latim dentro da universidade francesa que, natural e obviamente, ab ouo , repercute no Brasil: a distinção e oposição entre Grécia e Roma. Daí, a ficção é desmitificada por Veyne. Vale-se da questão linguistica, das representações, da cultura material que se estendia do Afeganistão à Escócia. Desnuda a dicotomia e, por fim, comprova que Grécia e Roma são reverso e obverso da mesma moeda. Assim, o livro vale ser lido.
A questão que se coloca, entretanto, é outra. Não depende da capacidade de Veyne, antes, daqueles que detêm o direito de publicação sobre essa obra no Brasil: a editora Campus, ou melhor, a editora engodo, a editora farsa, ou melhor, bufa, bazófia.
Quando vamos às livrarias, temos a nítida sensação de que estamos sendo ROUBADOS. O livro custa nada menos que R$ 179,00. Mas isso não é nada, afinal estamos diante de um Clássico. Pagamos! O livro é uma brochura com 20 páginas de "miolo" em papel cuchê leve - leia-se barato-, com imagens monocromáticas (preto e branco). Algo que no máximo valeria R$ 70,00. Mas tudo bem, é Veyne! Após lermos o prólogo ilucidativo e um prólogo esclarecedor, estamos diante do primeiro capítulo em cujo título há uma nota de pé de página: "As notas de referência desta obra estão disponíveis no site da editora: [7]www.campus.com.br . Que loucura, não estou lendo isso! É engano! Que nada, é verdade!
Enviado pelo Prof. Doutor Paulo Martins (USP):
Subject: Estelionato no Brasil e Paul Veyne
Engodo Editorial ou Estelionato Acadêmico ou simplesmente uma vergonha por enganado?
Paul Veyne é o historiador que melhor trata da Antiguidade. Seus textos são deliciosos, sofisticados, sutis, irônicos, saborosos, precisos, enfim, riquíssimos tanto na forma, como no conteúdo. O historiador francês de 79 anos é um dos principais especialistas em Antigüidade e professor emérito do prestigiado Collège de France, onde lecionou de 1975 a 1998, na cadeira de História de Roma.
Entre os textos de sua vasta obra, temos: Comment on écrit l'histoire : essai d'épistémologie , Le Seuil, 1970; Le pain et le cirque , Le Seuil, 1976; L'inventaire des différences , Le Seuil, 1976; Les Grecs ont-ils cru à leurs mythes ? , Le Seuil, 1983; L'élégie érotique romaine , Le Seuil, 1983; Histoire de la vie privée, vol. I , Le Seuil, 1987; La société romaine , Le Seuil, 1991; Sexe et pouvoir à Rome , Tallandier, 2005 e L'empire gréco-romain , Le Seuil, 2005.
Nós, tupiniquins, entretanto, em língua vernácula, temos acesso direto, salvo engano, a apenas alguns desses escritos. Lembro-me de: O inventário das diferenças ; Como se escreve a história ; Acreditavam os gregos em seus mitos? ; A elegia erótica romana ; História da vida privada volume I e O Império greco-romano . É desse último que pretendo tratar.
Esperado por aqueles que se interessam por História Romana com ansiedade, o livro em si, como não poderia deixar de ser, é magnífico. Trata de um mito acadêmico, a separação das cadeiras das disciplinas de grego e latim dentro da universidade francesa que, natural e obviamente, ab ouo , repercute no Brasil: a distinção e oposição entre Grécia e Roma. Daí, a ficção é desmitificada por Veyne. Vale-se da questão linguistica, das representações, da cultura material que se estendia do Afeganistão à Escócia. Desnuda a dicotomia e, por fim, comprova que Grécia e Roma são reverso e obverso da mesma moeda. Assim, o livro vale ser lido.
A questão que se coloca, entretanto, é outra. Não depende da capacidade de Veyne, antes, daqueles que detêm o direito de publicação sobre essa obra no Brasil: a editora Campus, ou melhor, a editora engodo, a editora farsa, ou melhor, bufa, bazófia.
Quando vamos às livrarias, temos a nítida sensação de que estamos sendo ROUBADOS. O livro custa nada menos que R$ 179,00. Mas isso não é nada, afinal estamos diante de um Clássico. Pagamos! O livro é uma brochura com 20 páginas de "miolo" em papel cuchê leve - leia-se barato-, com imagens monocromáticas (preto e branco). Algo que no máximo valeria R$ 70,00. Mas tudo bem, é Veyne! Após lermos o prólogo ilucidativo e um prólogo esclarecedor, estamos diante do primeiro capítulo em cujo título há uma nota de pé de página: "As notas de referência desta obra estão disponíveis no site da editora: [7]www.campus.com.br . Que loucura, não estou lendo isso! É engano! Que nada, é verdade!
Vamos então ao site da famosa editora francesa Editions du Seuil ([8]www.editionsdusueil.fr ) e vemos que a edição francesa tem 878 páginas contra as 448 da nacional/tupiniquim . Mas e o preço!? Que nada, o preço da francesa é 25 euros, contra 61 euros da nacional (supondo o euro a R$ 2,9) com 430 páginas a menos. Contudo o roubo não para aí, as notas que a editora se propõe a dispor, não estão no site. Pobre Veyne! Pobre Brasil! O que fazer?
1) NÃO COMPRAR O LIVRO
2) IR AO PROCOM DE SUA CIDADE.
Texto enviado por minha colega historiadora Carmen Martins para historiaufrj2003.yahoogrupos.com.br
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