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segunda-feira, 23 de março de 2009
BOAS VIZINHANÇAS! "mas non tropo"
No jogo da aproximação entre o Brasil e os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, entraram em cena importantes elementos simbólicos para a construção de uma geografia cultural que enfatizasse o poder norte-americano abaixo da linha do equador. O caminho entre as Américas deveria ser uma avenida de mão dupla: os brasileiros tinham de ser convencidos de que o american way of life (estilo americano de vida) era o ideal da democracia, e os americanos acreditariam nos brasileiros como inofensivos “amantes do samba e das mulatas”. A Política da Boa Vizinhança do presidente Franklin Delano Roosevelt buscava uma solidariedade hemisférica, definida no contexto da Segunda Guerra e nos termos dos interesses norte-americanos. Visava garantir a posição estratégica dos aliados no Cone Sul frente às forças do Eixo. Afirmavam-se, assim, os símbolos de uma cultura que se internacionalizava, contando-se para tal com todos os recursos da mídia disponíveis na época – cinema, imprensa e publicidade –, no seu papel de divulgar valores e criar modas. É nesse contexto que locações, temas e talentos latino-americanos ganham espaço até então inédito nas produções hollywoodianas. Carmem Miranda foi exemplo disso. Ademais, a atuação do desenhista Walt Disney ao retratar as várias localidades da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, etc.) em seus longa-metragens que mesclavam cenas reais com animação, mostra como o intercâmbio cultural e a representação do “outro” como nação – até então desconhecida em termos de valores culturais – eram uma das estratégias mais poderosas dos norte-americanos nesse período. Essas “estratégias” serviram para mostrar como a cultura brasileira foi aos poucos incorporando elementos socioculturais dos Estados Unidos, algo que não se restringiu e nem se esgotou nesse período de guerras, mas permaneceu, ampliou-se e hoje está cada vez mais presente na sociedade, nos costumes, nos hábitos e nos valores, não só do Brasil, mas do mundo em quase sua totalidade. Desse modo, é importantíssimo reavaliar sempre este tema para que possamos adentrar o mundo do século XXI, o qual é cada vez mais marcado pelo intercâmbio de culturas e valores entre as nações, com um mínimo de consciência e participação ativa, já que estamos sendo inseridos voluntária ou compulsoriamente nele através do uso da tecnologia e informação disseminadas.
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